A fabricante aeroespacial americana Boeing recomendou nesta quarta-feira (13) a suspensão de todas as operações no mundo envolvendo o avião 737 MAX, uma das principais apostas da empresa, mas que entrou em crise após dois acidentes em um espaço de pouco mais de quatro meses.
A medida foi anunciada após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter dito que o governo proibiria os voos envolvendo as aeronaves 737 MAX 8 e 9. Os EUA são um dos únicos grandes mercados no mundo onde o avião ainda não foi vetado.
"A Boeing continua tendo plena confiança na segurança do 737 MAX. Contudo, após consultas com a Administração Federal de Aviação (FAA), com o Comitê Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB) e com autoridades de aviação e clientes ao redor do mundo, a Boeing – em um excesso de cautela e para tranquilizar o público sobre a segurança da aeronave – recomendou à FAA a suspensão temporária das operações de toda a frota global do avião 737 MAX", diz o comunicado da empresa americana.
"Em nome de toda a equipe da Boeing, estendemos nossos mais profundos sentimentos às famílias e entes queridos daqueles que perderam as vidas nestes dois trágicos acidentes", reforçou o CEO da Boeing, Dennis Muilenburg.
Antes disso, dezenas de países já haviam proibido essa aeronave de operar em seus espaços aéreos, incluindo a União Europeia, Austrália, Canadá, China, Emirados Árabes Unidos, Fiji, Kosovo, Líbano, Indonésia, Malásia, Nova Zelândia, Sérvia, Singapura e Turquia.
Os acidentes com o Boeing 737 MAX 8 ocorreram em 19 de outubro de 2018, com a empresa indonésia Lion Air, e em 10 de março de 2019, com a etíope Ethiopian Airlines. O primeiro avião caiu no Mar de Java, deixando 189 mortos, e o segundo se acidentou nos arredores da capital da Etiópia, Adis Abeba, matando 157 pessoas.
Nos dois casos a tragédia ocorreu poucos minutos depois da decolagem, e os pilotos chegaram a relatar problemas e pedir autorização para voltar. Não há, no entanto, nenhum indício até o momento de que os acidentes tenham sido causados pela mesma falha. Em resposta à crise, a Boeing anunciou que atualizará o software do 737 MAX. (ANSA)