Falta de medicamentos para quimioterapia, de antibióticos, uma máquina de radioterapia quebrada e médicos com pagamento atrasado há seis meses estão entre os problemas identificados no Hospital Napoleão Laureano, em João Pessoa, durante uma fiscalização realizada pelo Conselho Regional de Medicina (CRM-PB), nesta segunda-feira (1º). O órgão informou que vai denunciar a situação ao Ministério Público Federal.
O presidente da Fundação Napoleão Laureano, Carneiro Arnaud, informou, em entrevista à Rádio CBN, que o conserto da máquina de radioterapia depende de uma peça encomendada da Holanda.
Ele também afirmou que faltam recursos financeiros para algumas necessidades, uma vez que o dinheiro originalmente destinado para uma atividade, como a compra de um aparelho, não pode ser aplicado em outra, como compra de medicamentos. Por isso, reforçou a necessidade de doações.
Segundo o CRM-PB, a direção da instituição informou que mais de 70% dos pacientes com câncer na Paraíba são tratados no Hospital Napoleão Laureano e que, em casos com pediatria e hematologia, esse número chega a quase 100%.
Embora a unidade de saúde conte com três equipamentos para radioterapia, um está quebrado desde o dia 6 de fevereiro, quando sofreu um curto circuito devido a fortes chuvas, conforme o CRM-PB. Com isso, cerca de 500 pacientes estão aguardando esse tipo de tratamento no local.
Na visita, também foi observado que 17 medicamentos orais quimioterápicos e seis tipos de antibióticos estavam em falta, de acordo com o CRM-PB. A mesma situação foi constatada em relação aos cateteres de bombas de infusão, utilizados na quimioterapia, às luvas e ao soro fisiológico.
Conforme o Conselho, funcionários da farmácia do hospital relataram que o problema com estoque de remédios é enfrentado há mais de seis meses. Devido a isso, médicos têm que gerenciar o uso de algumas medicações após procedimentos. Mais de 70 pacientes com câncer de próstata estão na lista de espera por alguns dos medicamentos.
De acordo com o CRM-PB, a direção do hospital afirmou que 92% dos pacientes atendidos no local são do Sistema Único de Saúde (SUS), que está com uma tabela de valores congelada há cinco anos.