O Governo Federal está com dívida de R$ 25 milhões referentes ao repasse de verbas de três medições de abril até setembro do canal Acauã-Araçagi, na Paraíba. O secretário de recursos hídricos da Paraíba, Deusdete Queiroga, informou que o Governo Federal não teria repassado o dinheiro. Devido a falta de pagamento para o consórcio de empresas responsáveis pela construção, mais de 400 operários entram em férias coletivas a partir de segunda-feira (23).
Se até o fim das férias o pagamento não for feito, as obras do canal Acauã-Araçagi podem ser interrompidas. No entanto, conforme o secretário Deusdete Queiroga, o governador João Azevêdo já se reuniu com o ministro do desenvolvimento regional que garantiu a liberação da verba. No entanto, ainda sem prazo.
A dívida levantada pelas empresas é de mais de R$ 40 milhões. O último repasse foi registrado no mês de abril. Essa obra é executada pelo Governo da Paraíba, mas o dinheiro é repassado pelo Governo Federal.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada, Paulo Marcelo, na última terça-feira foi realizado um acordo na Superintendência Regional do Trabalho da Paraíba, oficializando as férias coletivas por pelo menos 15 dias.
Em nota, o Ministério do Desenvolvimento Regional disse que a Caixa Econômica Federal deve antecipar os R$ 21 milhões referentes à contrapartida. Sobre o valor a ser pago pelo Ministério, o correto seria R$ 34 milhões, no entanto, ainda aguarda disponibilidade financeira para realizar os repasses.
O canal Acauã-Araçagi começou a ser construído há oito anos. É a maior obra hídrica do estado da Paraíba, com mais de 100 km de extensão, incluindo pontes, aquedutos e outras estruturas. O lote 1 já está mais adiantado e, se a obra continuar em ritmo normal, ficaria pronta em um ano. O lote 2 ainda precisa de mais dois anos. A construção do canal deve beneficiar cerca de 400 mil habitantes em 35 municípios paraibanos. A obra tem um valor total de cerca de R$ 800 milhões.