Policial envolvido na morte George Floyd é solto após pagar R$ 3,7 milhões de fiança

Lane e outros dois agentes, Tou Thao e J. Alexander Kueng, são acusados de cumplicidade no assassinato. Os demais agentes continuam presos.

O ex-policial Thomas Lane, 37 anos, um dos quatro acusados de participação na morte de George Floyd, foi solto na noite de quarta-feira após pagar uma fiança no valor de US$ 750 mil — mais de R$ 3,7 milhões. Os demais agentes continuam detidos. Floyd, que trabalhava como segurança em casas nortunas, estava desarmado quando foi imobilizado pelo policial Derek Chauvin, após ser acusado de de tentar pagar cigarros com uma nota falsa.

Lane e outros dois agentes, Tou Thao e J. Alexander Kueng, são acusados de cumplicidade no assassinato. Todos os policiais foram demitidos da corporação, e a morte gerou uma onda de protestos nos Estados Unidos e no mundo.

A Justiça havia determinado fiança máxima de US$ 1 milhão, mas baixou o valor desde que Lane cumpra condições como não portar uma arma. Ele ainda terá uma audiência com um juiz em 29 de junho.

Segundo seu advogado, Earl Gray, Lane estava no quarto dia de serviço em patrulha e, como Chauvin era seu oficial de treinamento, ele deveria obedecê-lo. Chauvin será processado por homicídio em segundo grau, quando a morte é intencional, ainda que não premeditada. Com a acusação, que se soma a outras duas, ele pode receber uma sentença de até 40 anos de prisão.

“O que meu cliente deveria fazer, além de seguir o que o oficial de treinamento disse?”, questionou Earl Gray em uma audiência.

Na quarta-feira, Philonise Floyd, irmão de Floyd pediu ao Congresso dos EUA que acabe com o sofrimento dos negros no país e avance com a reforma da polícia. Na última segunda-feira, os democratas apresentaram na Câmara um projeto de reforma das corporações. Além do Congresso, cidades, estados e condados de costa a costa vêm estudando projetos nesse sentido. Todos tentam encontrar maneiras de restringir o uso da força, especialmente contra populações negras e minorias, além de estabelecer mecanismos para a punição de agentes que violem as prerrogativas de suas funções.

Os protestos, que começaram após a morte de Floyd, continuam nos EUA. Na quarta-feira, manifestantes nos Estados Unidos se voltaram contra monumentos em homenagem a Cristóvão Colombo. Em Richmond, no estado da Virgínia, uma escultura do navegante italiano foi derrubada e atirada em um lago. Outra, em Boston, foi “decapitada”.

Para os manifestantes, Colombo simboliza o genocídio dos povos americanos nativos, além de ser um símbolo da violenta colonização europeia no continente. Ele foi o primeiro europeu a chegar à América, em 1492, em uma missão financiada pela Espanha.

De O Globo

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