Pacientes internados continuam recebendo atendimento no Trauminha

Após a interdição ética dos médicos que trabalham no Complexo Hospitalar de Mangabeira Governador Tarcísio Burity – Ortotrauma, o Trauminha, feita pelo Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB), o diretor de fiscalização do CRM-PB, João Alberto Pessoa, esteve novamente no hospital, na manhã desta sexta-feira (28).

Após a interdição ética dos médicos que trabalham no Complexo Hospitalar de Mangabeira Governador Tarcísio Burity – Ortotrauma, o Trauminha, feita pelo Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB), o diretor de fiscalização do CRM-PB, João Alberto Pessoa, esteve novamente no hospital, na manhã desta sexta-feira (28), e informou oficialmente à direção do hospital sobre a decisão tomada durante a reunião plenária, nesta quarta-feira (26), com os membros do Conselho, após a avaliação conjunta do relatório da vistoria realizada na segunda-feira (24). Novos pacientes não poderão ser admitidos, mas os pacientes internados continuam recebendo atendimento médico até que tenham alta hospitalar.

Nos últimos quatro anos, o CRM-PB já realizou dez fiscalizações no Trauminha e constatou que poucas melhorias foram realizadas e grande parte dos problemas se agravaram. Na última fiscalização realizada no dia 24 de agosto, a equipe do CRM-PB observou 16 inconformidades graves. O hospital apresenta inúmeros problemas que comprometem o ato médico, como a falta de médicos na escala, de medicamentos básicos e de material cirúrgico. No consultório médico falta maca para examinar o paciente e, nas enfermarias, pacientes com cirurgia infectada ficam no mesmo local que os pacientes com cirurgia limpa. Há também relatos de cirurgias que demoram mais de sete dias para serem realizadas.

Além disso, a unidade apresenta problemas sérios em sua estrutura física, como precárias condições de higiene dos quartos e banheiros, com a presença constante de baratas, infiltrações, mofo, buracos no piso e nas paredes, banheiros sem funcionar, cadeiras de rodas e de banho quebradas, falta de privacidade, além da falta de lençóis, travesseiros e colchões. Por falta de ventilação adequada, os acompanhantes levam ventiladores de casa.

“O CRM-PB reconhece a importância da unidade, principalmente por ser um hospital voltado para o atendimento de urgência. No entanto, entendemos que o hospital traz grande risco para o atendimento à população e ao exercício profissional da Medicina por apresentar tantas inconformidades. Em reunião colegiada no CRM-PB fomos favoráveis à interdição ética, com a suspensão de novas internações até que os principais problemas sejam resolvidos”, afirmou o presidente do CRM-PB, Roberto Magliano de Morais.

Ele ressaltou que o relatório elaborado pelo Departamento de Fiscalização do CRM-PB foi encaminhado à direção técnica do Complexo Hospital de Mangabeira, à Secretaria de Saúde de João Pessoa, à Promotoria de Justiça, à Vigilância Sanitária e ao Conselho Regional de Enfermagem.

 

Principais inconformidades encontradas no Trauminha:

1 – Escala médica incompleta, especificamente nos sábados e domingos, tendo apenas um médico para atender sozinho as salas vermelha e verde, além da urgência

2 – Falta de medicamentos (Antibióticos, Anti-inflamatórios, Anticoagulantes)

3 – Falta de material cirúrgico (Telas, órteses, próteses, gazes, luvas, drenos, campo cirúrgicos, roupas, fios cirúrgicos)

4 – Quantidade insuficiente de equipamentos para atender a demanda (capnógrafos, monitores e respiradores)

5 – Ambiente inseguro (relatos de agressão e de consumo de substâncias ilícitas no interior da unidade)

6 – Consultório médico sem maca para examinar paciente

7 – Pacientes com cirurgia infectada na mesma enfermaria de pacientes com cirurgia limpa

8 – Mais de sete dias para a realização de cirurgias

9 – Leitos sem lençóis

10 – Falta de higiene nos quartos e banheiros, com mofo e presença de insetos

11 – Estrutura física das enfermarias em péssimas condições, com banheiros necessitando de reparos

12 – Iluminação insuficiente nas enfermarias para a realização de procedimentos técnicos

13 – Falta de privacidade (Apesar das enfermarias estarem separadas por sexo, os acompanhantes são, na grande maioria, do sexo oposto)

14 – Cadeiras de rodas para transporte dos pacientes com defeitos

15 – Enfermarias sem ventilação, sendo utilizado grande números de ventiladores levados pelos acompanhantes

16 – Leitos com defeitos (camas sem elevação de cabeceiras)

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