Vereadores de Câmara na PB negociam casa em troca de apoio em eleição

Paraíba já teve acesso exclusivo ao depoimento de Charles Pereira, autor das denúncias. Parlamentar foi ouvido no último dia 2 pelo delegado Állan Terruel.

Uma casa também foi colocada como ‘moeda de troca’ em suposta negociação de vantagem indevida, na eleição para o primeiro e segundo biênio de 2017 da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Imaculada, cidade do Sertão paraibano. A afirmação é do vereador Charles Pereira, feita durante depoimento comandado pelo delegado Állan Terruel, no dia 2 de setembro.

Portal teve acesso com exclusividade as investigações do Ministério Público e da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), onde apontam que além dos R$ 84 mil negociados inicialmente pela chapa composta para o segundo biênio, que tinha como concorrente o vereador Gilberto do Nascimento, conhecido como Gilberto de Santo Aleixo, uma casa também teria sido oferecido aos parlamentares da Câmara, visando o apoio na eleição.

O documento da casa, conforme o vereador Charles Pereira, que é o denunciante das negociações ao Ministério Público, estaria em poder do candidato a vice-presidente da Câmara da chapa de Gilberto, Alan da Palmeira, e seria colocada como moeda de troca para as angariações dos votos dos parlamentares.

Entenda o caso

Em 2017, no início da legislatura atual, vereadores de Imaculada começaram a se articular para eleger aqueles que iriam assumir a presidência da Câmara Municipal. No dia do pleito, foram eleitos os presidentes para o primeiro biênio, o vereador Oliveira Vieira Filho, mais conhecido como Vieirinha, e para o segundo biênio, o vereador Gilberto do Nascimento, conhecido como Gilberto de Santo Aleixo.

Até aí, tudo estava saindo com articulado pelos dois parlamentares. Porém, a eleição de Gilberto foi anulada após Charles acionar o Ministério Público e a Justiça com uma ação popular, que foi acatada pelos órgão, que anulou a chapa de Gilbeto e determinou a realização de uma nova eleição em 2018, às vésperas do início do segundo biênio.

Quando uma nova eleição estava prestes a ser realizada, Gilberto e Alan procuraram  Vieirinha para garantir o apoio no pleito. O então presidente impôs uma condição para apoiar seus colega, que seria a manutenção da locação de um veículo modelo GM/Ônix, da empresa Lokarros, sediada em Patos, no valor de R$ 3,5 mil por mês.

Os vereadores aceitaram a imposição. O então presidente da Casa Legislativa, pediu para que Gilberto e Alan, cada um, assinassem 12 promissórias como garantia. Porém, no dia da votação, Vieirinha teria quebrado o acordo e resolvido apoiar outro vereador, o José Ribamar Firmino Silva, mais conhecido como Ribinha, filho do ex-prefeito da cidade, José Ribamar. No dia da eleição, este foi eleito.

Mais escândalos

A suposta compra de votos não foi o único escândalo envolvendo o nome de Gilberto de Santo Aleixo. Em maio de 2020 o vereador encaminhou um vídeo onde supostamente aparece se masturbando, em um grupo do aplicativo WhatsApp, que é composto por moradores de Imaculada.

No grupo intitulado ‘Santo Aleixo PB On’, um contado identificado pelo no de Gilberto Vieira em um print, aparece encaminhando um vídeo, onde é possível ver parte do órgão sexual masculino. O vídeo viralizou na cidade. O fato inusitado aconteceu em 20 de maio deste ano.

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