Tem caminhos nas articulações políticas que só os bastidores ou ‘dar com a língua nos dentes’ revelam. Quando se trata de traição, não ter cuidado com o que fala é o mais perigoso dos erros. O PDT em João Pessoa vem trilhando caminhos, pensando em um futuro não muito distante. Mas, para dar certo o governador da Paraíba, João Azevêdo (Cidadania) seria carta fora do baralho.
Mas como o PDT planeja deixar João no escanteio? Para explicar melhor, vamos começar por Lígia Feliciano, que é do PDT e configura como vice-governadora e seguindo com Mariana Feliciano (PDT), que é vice na chapa da candidata de Edilma Freire (PV), que tem o apoio do atual prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PV), no pleito municipal deste ano.
Agora vamos para a segunda parte da explicação, seguindo uma linha de raciocínio conforme as declarações dadas pelo presidente nacional do PDT, Carlos Lupi durante entrevista ao programa Arapuan Verdade, na quinta-feira (29).
Carlos Lupi afirmou que a estratégia de ter duas vices – Lígia no estado e Mariana em João Pessoa caso Edilma vença as eleições – “fortalece o partido para uma candidatura à presidência da República em 2022”.
Agora, vamos ao sentido real de toda essa articulação. As intenções do PDT, que não encaixa João, giraria em torno do possível lançamento do nome de Lígia para senadora, com Cartaxo disputando o Governo do Estado e tendo como vice um indicado do PT, visando o apoio à candidatura da chapa de Ciro Gomes (PDT) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à presidência da República, em 2022.
Toda essa trama política antecipada do PDT, se dá porque Lígia nem sequer tentou ser candidata a senadora na chapa de João Azevêdo em 2018. Poderia ter sido eleita e estaria com 8 anos de mandato. Agora, seu esposo, o presidente estadual do PDT da Paraíba, deputado federal Damião Feliciano, acha que o governador já teria direcionado a vaga de 2022 ao deputado Aguinaldo Ribeiro, do Progressistas.
Ainda durante a entrevista, Carlos Lupi classificou o prefeito da Capital como principal liderança do Estado e afirmou que a aliança entre os partidos “representa o futuro político da Paraíba.”
“Na minha opinião o Cartaxo é a principal liderança do Estado. Estamos sendo estratégicos, não só como o tempo de televisão, mas também com a experiência que eles têm. Essa aliança representa o futuro da política na Paraíba”, declarou.
Sobre o apoio ao PV na capital paraibana, o presidente nacional do PDT usou ditado popular, afirmando que “juntou a fome com a vontade de comer”, se referindo ao desejo antigo de ter vices do partido nas prefeituras. Só resta saber se, na prática, essas articulações darão certo.