Viúva, violentada e ameaçada. Maria Eunice era perseguida há um ano pelo homem que ela acusa tê-la estuprado. A mulher que matou um homem na Avenida Hilton Souto Maior, no bairro de Mangabeira, em João Pessoa, nesta terça-feira (19), confessou o crime e disse que agiu em legítima defesa. Ela prestou depoimento na tarde de hoje, conforme apurou junto ao delegado Ademir Fernandes.
Maria Eunice contou que Wanderley matou seu marido, Luciano, em uma briga. Eles eram amigos há anos, até a época do fato. Nesse período ela já havia sido estuprada por Wanderley, segundo revelou ao delegado.
Há um ano vinha sendo cercada por Wanderley, o qual dizia que, se percebesse que os filhos dela estavam indo vingar a morte do pai e o estupro dela, ele iria matá-la. “Ele apareceu e começou a ameaçar, de um ano para cá. Ficava intimidando ela. Dizendo que se os filhos dela fossem atrás dele para vingar a morte do pai, se descobrissem de estupro que ele cometeu, ele ia matar ela. Ela não aguentava mais. Tomava remédio controlado por causa dele. Ela não aguentou, comprou a arma e matou”, explicou o delegado Ademir Fernandes.
Maria Eunice era cercada no próprio local e trabalho, numa área de lanchonetes em frente a um shopping de Mangabeira. “Ele vivia lá. Faz um ano. Estava guardando carro próximo de onde ela trabalha”, informou o delegado.
Ela foi levada para a a Penitenciária Feminina Júlia Maranhão, na tarde desta terça-feira, onde aguardará a audiência de custódia.
O ClickPB procurou saber do delegado se será considerado que Maria Eunice agiu em legítima defesa. Ele disse que não, mas que as circunstâncias devem atenuar a pena pelo crime de homicídio praticado por ela.
Maria Eunice tem 10 filhos, sendo três adotivos. Ela recebeu um abraço da filha mais velha ainda na delegacia, no começo da tarde.