Policiais civis de todo o Brasil iniciaram nesta segunda-feira (8), Dia Internacional da Mulher, a Operação Resguardo, contra agressores de mulheres. A iniciativa é coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Secretaria de Operações Integradas (Seopi-MJSP), e será realizada nos 26 estados do país e no Distrito Federal. Na Paraíba a ação está sendo coordenada pela delegada Renata Matias, coordenadora adjunta da Coordean.
Ela disse que várias prisões foram efetuadas e que o balanço da operação será divulgado na tarde de hoje.
Entre janeiro e fevereiro deste ano, 411 inquéritos policiais foram instaurados pela Polícia Civil da Paraíba para apurar crimes de violência doméstica no Estado. Além de investigar as denúncias, a corporação formalizou 610 pedidos de medidas protetivas em favor das vítimas, segundo dados divulgados pelo Núcleo de Análise Institucional e Criminal da Polícia Civil (NAIC-PC).
No ano passado, a quantidade de inquéritos instaurados chegou a 2.750, com 3. 517 pedidos de medidas protetivas atendidos pela Justiça. Os números são resultado de ações intensas da Polícia Civil com objetivo de combater a violência doméstica na Paraíba.
Ação nacional
No Rio de Janeiro, os agentes devem cumprir 258 medidas cautelares e protetivas, além de mandados de prisão.
A ação integrada teve início no dia 1º de janeiro de 2021 em todo o Brasil. Desde então, a Polícia Civil do Rio apurou mais de 30.986 denúncias que culminaram com a instauração de 7.327 inquéritos policiais, 212 mandados de prisão, 353 cumprimento de mandados judiciais, com atendimento de mais de 36.390 mulheres vítimas de violência, e a prisão de 1.367 agressores em todo o estado.
Para a delegada Sandra Maria Pinheiro Ornellas, coordenadora do Departamento-Geral de Polícia de Atendimento à Mulher (DGPAM), “essa operação tem uma função simbólica e repressiva”:
— Desde janeiro estamos reunindo dados de violências domésticas e inserindo dados em uma base nacional e hoje, simbolicamente, estamos fazendo essa operação. Fazemos isso hoje porque o Dia Internacional da Mulher é um dia de luta por igualdade. E o grande problema, a base da violência contra a mulher, está na profunda desigualdade entre sexo, onde as mulheres são todas como objetos e, portanto, sujeitas a punições através de castigos e mortes pelo feminicídio. Essa visão patriarcal de que a mulher é objeto e prioridade do homem é a base de toda a violência. Queremos combater a extrema desigualdade que resulta nessas violências.
Mandados já foram cumpridos no Rio, Paraná, em Sergipe e na Bahia. A força-tarefa nacional tinha prendido, desde o início de 2021, quase 8.300 pessoas e emitido 51 mil medidas protetivas.