O Hospital de Clínicas de Campina Grande atingiu 100% de ocupação na noite desta quinta-feira (6). No total, 60 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) estão sendo usados para tratamento da Covid-19. Em 27 de março, o gestor do município, Bruno Cunha Lima (PSD) fez uma live informando a distribuição de medicamentos sem comprovação científica para tratar sintomas leves da doença em pacientes do município, como azitromicina, ivermectina e predsim, que compõem o chamado “kit Covid”.
O tema veio à tona após o ex-ministro da Saúde do governo Jair Bolsonaro (sem partido), Nelson Teich criticar o Conselho Federal de Medicina (CFM) durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, na quarta-feira (5), pela não reprovação do uso da cloroquina para tratamento da Covid-19.
“Acho uma postura inadequada, porque pode estimular o uso de um remédio que a gente não tem comprovação, em condições em que o paciente pode estar mais exposto a não ter cuidados necessários para uso do medicamento. Então sou contrário”, afirmou o ex-ministro.
Ontem (6), o Conselho Federal de Medicina (CFM) ratificou que não mudará a postura em relação ao uso da cloroquina no Brasil. De acordo com o presidente da instituição, Mauro Ribeiro, admitiu que não há evidências suficientes para uso. No entanto, ressaltou que o Parecer 04/2020 estabelece critérios e condições para a prescrição.
“O CFM tem acompanhado inúmeros estudos sobre o tema conduzidos ao redor do mundo. Contudo, até o momento, entende que não há evidências fortes o suficiente, ou seja, reconhecidas por sua alta evidência científica, justificando a mudança do Parecer 04/2020, onde delega ao médico e ao paciente, em comum acordo e baseados em suas prerrogativas constitucionais, a decisão sobre qual o tratamento a ser realizado”, destacou.
