Com votação expressiva, o Brasil voltou, nesta sexta-feira (11), a ser membro rotativo do Conselho de Segurança da ONU. De acordo com os resultados da votação publicados por Volkan Bozkir, presidente da 75ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas em sua 75ª sessão, a candidatura brasileira ao posto na entidade responsável por zelar pela paz no mundo obteve 181 votos entre os 193 possíveis.
“O país foi reeleito para mandato no biênio 2022-2023”, escreveu o Ministério das Relações Exteriores do Brasil em uma publicação em redes sociais. “A eleição demonstra amplo reconhecimento da contribuição brasileira para os temas de paz e segurança internacionais.”
O Conselho de Segurança é composto por cinco membros permanentes com direito a veto -Estados Unidos, China, Rússia, Reino Unido e França- e por dez integrantes rotativos, eleitos para mandatos de dois anos cada um. Para a vitória, eram necessários os apoios de dois terços dos Estados-membros votantes.
Apesar da campanha pela vaga ter sido feita sob o desgaste da imagem de Jair Bolsonaro no exterior, a conquista do posto no conselho já era esperada.
Agora, o Brasil ficará no posto rotativo do Conselho de Segurança de janeiro de 2022 a dezembro de 2023. Como a presidência da entidade também é rotativa -os países se revezam mensalmente, por ordem alfabética-, é muito provável que o Brasil assuma o comando da instância mais importante da ONU ao menos uma vez até o fim de seu mandato.
As vagas no conselho são definidas por áreas geográficas. Entre os países da América Latina e Caribe há uma tradição, desde 2006, de não haver competição de candidaturas e, dessa forma, organiza-se um rodízio de países em uma lista montada com anos de antecedência.
Em 2019, El Salvador quebrou o pacto e tentou lançar uma candidatura alternativa à de São Vicente e Granadinas, mas teve apenas seis votos, contra 185 obtidos pela ilha caribenha.
A última vez que o Brasil participou do Conselho de Segurança como membro rotativo foi em 2011, durante o governo Dilma Rousseff. A próxima candidatura brasileira estava marcada somente para 2033, mas, para não ficar mais de duas décadas fora do órgão, o Brasil negociou uma troca com Honduras, que seria a candidata natural deste ano. O acordo foi fechado em 2018, pelo governo Michel Temer.
Hoje, México e São Vicente e Granadinas são os atuais membros rotativos do conselho para América Latina e Caribe. Se eleito, o Brasil ocupará o posto ao lado do México e, no ano que vem, o Equador entrará no lugar dos mexicanos, se não houver nenhum imprevisto.