Policiais suspeitos de extorsão e tortura contra traficantes, para obter vantagens financeiras, foram alvo de uma operação do Ministério Público do Ceará (MPCE), na manhã desta terça-feira (20). Na Paraíba, uma ordem judicial foi cumprida em Itabaiana. No estado vizinho, mandados são cumpridas nos municípios de Aquiraz, Fortaleza, Itaitinga e Pacatuba.
Conforme as investigações, uma complexa teia de corrupção envolvendo agentes públicos de segurança policial.
Os alvos dos policiais eram cuidadosamente escolhidos entre traficantes com considerável poder aquisitivo ou que já tinham alguma passagem pela polícia, o que facilitava as exigências, as abordagens e o alcance das vantagens almejadas pelo grupo. Os agentes públicos tinham acesso ao sistema de informações da Polícia para selecionar as “vítimas” e planejar as ações.
Para o Ministério Público, os informantes trabalhavam na procura e no levantamento de situações potencialmente lucrativas para o bando, que consistiam principalmente na seleção de vítimas com envolvimento em crimes e com alto poder aquisitivo.
Os informantes, então, levavam tais “informações” ao policial militar líder da organização, que passava a orientá-los sobre os detalhes que precisaria para a ação, tais como veículos usados, rotina e principais endereços das vítimas, ao tempo em que selecionava e convidava, a depender do caso, os demais comparsas para a execução.
O Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) cumpriu 12 mandados de busca e apreensão, sete mandados de condução coercitiva, para os policiais, um mandado de prisão contra o policial militar apontado como líder do grupo, além de medidas cautelares de afastamento das funções de todos os outros seis servidores.