Famílias retiradas de “Dubai” são acolhidas em escola de João Pessoa

Ocupação foi alvo de uma operação de desapropriação, com 600 policiais militares.

As famílias retiradas de uma ocupação em uma área de preservação ambiental de Mata Atlântica, em João Pessoa, na manhã desta terça-feira (23), foram acolhidas na quadra esportiva de uma escola pública no bairro Valentina de Figueiredo. A comunidade Dubai foi alvo de uma operação de desapropriação autorizada pela Justiça da Paraíba, com 600 policiais militares.

A secretária de Habitação de João Pessoa, Socorro Gadelha, disse que as famílias foram recebidas por 95 assistentes sociais no Centro Profissionalizante Deputado Antonio Cabral (CPDAC). Após o acolhimento, haverá cadastramento das pessoas para programas de benefício, como o auxílio aluguel, fornecido pela prefeitura.

Reflorestamento 

Cerca de 15 hectares da área de Mata Atlântica que foram desmatados devem passar por reflorestamento, conforme decisão judicial. “A área será totalmente cercada, e a Prefeitura fará a recuperação do bem ambiental, como exigido por lei, ou projeto compensatório de interesse público”, disse o promotor de Justiça Carlos Romero Paulo Neto.

Em setembro deste ano, o Portal T5 denunciou, com exclusividade, o desmatamento de 13 hectares de Mata Atlântica por famílias em vulnerabilidade em busca de moradia. Cerca de 1.500 pessoas vivem abrigadas em construções de risco, rodeadas pelo desmatamento que corresponde a 13 campos de futebol.

No início de novembro, a PM prendeu o suspeito de comandar a ocupação. Conhecido como ‘Sheik’, o homem foi detido com R$ 67 mil em espécie, cocaína e um revólver.

Em reportagem publicada no início deste mês, o promotor admitiu que famílias vivem em vulnerabilidade na localidade, mas, com base em investigações, acredita-se que a carência é uma das menores demandas da ocupação. “O problema social realmente existe porque há pessoas vulneráveis lá, mas isso é em menor proporção. Relatórios da polícia apontam que existe grilagem de terras. O que existe é uma organização criminosa de elementos visando demarcar território e fazer caixa, arrecadar dinheiro para o tráfico de drogas através da venda de terrenos”, concluiu.

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