Ministério Público pede reprovação de contas de Ricardo Coutinho por irregularidades em codificados e TCE-PB julga processo próxima semana

O parecer do Ministério Público de Contas, pede a reprovação das contas do ex-gestor e pontua diversas irregularidades.

As contas do ex-governador Ricardo Coutinho referentes ao ano de 2018 deverão ser julgadas na próxima quarta-feira (22) pelo Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB). A sessão extraordinária estava agendada para essa segunda-feira, dia 20, às 9h, no Plenário Ministro João Agripino, mas foi adiada atendendo parcialmente o pedido da defesa de Ricardo Coutinho.

O parecer do Ministério Público de Contas, pede a reprovação das contas do ex-gestor e pontua diversas irregularidades “as quais configuram graves falhas que contrariam o dever de boa gestão pública”. De acordo com o parecer, foi verificada persistência de grande número de codificados, além da inobservância do piso para as áreas de educação e saúde e irregularidades em relação a transparência e reincidência de fatos que, “em essência, sinalizam a desconsideração do ex-gestor para com o Controle Externo”.

Já é a segunda vez que a apreciação das contas do ex-governador referente ao exercício de 2018 é adiada. O pedido foi aceito pelo TCE após análise do relator, conselheiro em exercício, Oscar Mamede Santiago Melo. Ele destacou que atendeu o pedido “em atenção ao devido processo legal e aos princípios do contraditório e da ampla defesa”.

O Ministério Público pede ainda que o processo seja remetido ao Ministério Público Estadual e que seja feita representação à Receita Federal. Além disso, o parecer assinado pelo procurador-geral do Ministério Público de Contas, Manoel Antonio dos Santos Neto, pede aplicação de multas a Ricardo Coutinho em razão das irregularidades. Em relação à vice-governadora na época, Lígia Feliciano, o parecer pede a aprovação de suas contas.

Na próxima quarta-feira (22), a sessão deverá acontecer a partir das 14h. Nas contas anuais do governo do Estado, o TCE-PB faz uma avaliação do exercício das funções políticas de planejamento, organização, direção e controle das políticas públicas. É apreciada, por exemplo, a observância aos limites constitucionais e legais na execução dos orçamentos públicos.

O Pleno do TCE aprecia as contas do governador e emite um Parecer Prévio, que será encaminhado ao Poder Legislativa, a quem cabe o julgamento final.

Em junho deste ano, o Tribunal de Contas do Estado reprovou as contas do ex-governador referentes a 2017. Os principais problemas encontrados foram: persistência injustificada de codificados na estrutura administrativa do Estado, contingenciamento financeiro imposto a alguns Poderes e órgãos sem a observância da Lei de Diretrizes Orçamentárias, republicação irregular de decretos de abertura de créditos adicionais, abertura de crédito especial sem autorização legal, não aplicação do índice legal mínimo de 60% do Fundeb (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica) na remuneração dos profissionais do magistério, não aplicação do índice constitucional mínimo de 12% da receita de impostos e transferências nas ações e serviços públicos de saúde, ultrapassagem do limite previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal para as despesas com pessoal do Poder Executivo.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui