Pedro admite aliança com Ricardo, mas esquece do “ladrão” e “chefe da quadrilha”

Antes mesmo da campanha iniciar oficialmente já foi oficializado o “vale-tudo” na política paraibana.

Antes mesmo da campanha iniciar oficialmente já foi oficializado o “vale-tudo” na política paraibana. É o que prova o afago do deputado federal licenciado Pedro Cunha Lima (PSDB), pré-candidato ao governo, na manhã desta quarta-feira (9) no ex-governador Ricardo Coutinho (PT) nas eleições deste ano. Antes inimigo e opositor ferrenho, o tucano admitiu compor aliança com o petista. Vale lembrar que Ricardo é rompido dos Cunha Lima desde 2014, quando derrotou Cássio Cunha Lima (PSDB), pai de Pedro, na disputa para governador.

Pedro disse que tem “divergência” pessoal com Ricardo, mas que estaria aberto a aceitar o voto de todos que estejam na oposição ao governador João Azevêdo (PSB). “A gente quer dar sequência e fortalecer nosso projeto. É claro que com Ricardo, no ponto de vista pessoal, existe uma distância maior, evidente. Mas, a gente soma esforços pra poder na política conseguir apoio daqueles que querem fortalecer a nossa candidatura. Quem estiver na oposição será bem-vindo no segundo turno ou desde já”, afirmou.

É o mesmo Pedro que em 17 de dezembro de 2019, detonava o ex-governador publicamente durante uma sessão na Câmara Federal. O tucano expôs, sem meias palavras, o que era desnudado da Operação Calvário e ressaltava a prisão de Ricardo Coutinho.

“É muito triste o que acontece na Paraíba. Uma conversa foi gravada, onde o ex-governador negocia a propina, o atraso da propina, é disso que se trata. Isso não é momento de fazer palanque político ou encenação. Temos algo posto na mesa, uma decisão de mais de 200 páginas que mostra uma investigação em curso, que mostra a decretação de prisão sim, não do meu pai, mas de Ricardo Coutinho. Não de um secretário do meu pai, mas do ex-secretário de Ricardo, não do procurador-geral do meu pai, mas de Ricardo Coutinho. É disso que se trata”, bradou Pedro.

Em outra oportunidade, Pedro chamou Ricardo de “chefe da quadrilha girassol” e afirmou que ele recebia dinheiro de propina na Granja Santana, residência oficial do governador.

“Lamentar tudo que significa o desvio, a corrupção, a estrutura criminosa que se montou, que a Operação Calvário tem desmontado. A gente fala de recursos que deveria ir para saúde pública, de pessoas que esperam cirurgias e não conseguem ter essa assistência, e existiu uma organização criminosa, uma quadrilha, a quadrilha girassol, que tem seu chefe, Ricardo Coutinho, que recebia dinheiro na Granja Santana”, declarou o tucano.

Ladrão. Esse também foi um dos termos usados por Pedro Cunha Lima para atacar Ricardo, o qual hoje admite diálogos visando as eleições 2022. “A Paraíba inteira pode ouvir a voz do presidiário Ricardo Coutinho, nós áudios capturados pela polícia. Ele tem que voltar para a cadeia, pois desviou milhões da saúde. Ricardo Coutinho é ladrão!”, disse o parlamentar, durante uma entrevista em agosto de 2020.

Em maio de 2019, o tucano classificou o petista da mesma forma. Durante evento do PSDB ele disse: “o deputado Tovar disse que gosta de dar nome aos bois [das críticas]. Mas Ricardo não é boi, ele é ladrão”.

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