O empresário apontado como principal suspeito da morte da estudante de medicina Mariana Thomáz tem cerca de 20 registros na Polícia Civil, entre eles, violência doméstica, ameaça e lesão corporal. A jovem encontrada sem vida, com sinais de estrangulamento, no último sábado (12), estava em un apartamento do bairro Cabo Branco, em João Pessoa.
Conforme o delegado Joanes Oliveira, o homem suspeito também é investigado por estelionato, enriquecimento ilícito e não prestação de serviços contratados.
O delegado afirmou que o suspeito foi encontrado na cena do crime e conduzido para à Central de Polícia de João Pessoa. A princípio, segundo o delegado, pensou-se que havia ocorrido morte natural, porém a perícia constatou a lesão que indica estrangulamento.
Mariana de Oliveira, de 25 anos de idade, é natural do Ceará e prima, em segundo grau, do ex-presidente do Senado Federal e presidente do MDB-CE, Eunício Oliveira. Ele usou suas redes sociais para lamentar a morte da estudante.
“Estamos todos muito tristes e pesarosos diante da notícia do falecimento de Mariana Oliveira, sua partida deixou nossa Lavras da Mangabeira absolutamente consternada. Mariana era apaixonada pela medicina, sonhava em exercer sua vocação de cuidar das pessoas através da profissão que escolheu. Uma jovem que teve seu futuro promissor interrompido de maneira tão abrupta”, escreveu.
A Prefeitura Municipal de Lavras da Mangabeira, no interior do Ceará, terra natal de Mariana, decretou luto de três dias pela morte da estudante.
O suspeito do crime namorava a vítima há um mês e já tinha histórico de violência contra a mulher. O irmão de Mariana, Gustavo Thomáz, afirmou que a família não sabia do relacionamento entre os dois.
“Nós não sabíamos que ela tinha esse relacionamento. Os colegas dela falaram que eles estavam apenas se conhecendo. Talvez dois ou três encontros, mas nada oficial, nada que chegasse ao nosso conhecimento”, disse Gustavo.
O irmão de Mariana comentou ainda sobre a ficha criminal do suspeito. “Sinceramente, eu fiquei com medo quando eu vi a ficha dele, inclusive com histórico de agressão domiciliar e ocorrências de outras naturezas”, relatou.
Neste domingo (13), o principal suspeito pelo crime seguia na carceragem da Central de Polícia, em João Pessoa, onde permanecerá até esta segunda (14), quando será submetido a audiência de custódia. Ele é o proprietário do apartamento onde Mariana foi encontrada sem vida. Segundo a Polícia Civil, eles tinham um relacionamento amoroso, mas ainda não se pode confirmar se ainda estavam juntos.
O homem, que é um empresário, ligou para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) alegando que Mariana havia sofrido uma convulsão. Contudo, após a investigação do caso, foram identificadas marcas de agressão e ele encaminhado à delegacia. Apesar de negar a agressão, contra o mesmo pesa o registro de agredir três mulheres em outras ocasiões.
Eunício Oliveira também se manifestou em relação às suspeitas de feminicídio, além de prestar condolências aos pais e ao irmão de Mariana.
“O machismo abjeto e inaceitável que persiste em nossa sociedade precisa acabar. O feminicídio precisa ser combatido por todos nós, como tenho reiterado inúmeras vezes. O machismo mata e enluta famílias. Manifesto minha solidariedade a todos os familiares e amigos que hoje sofrem com essa grande perda, em especial aos seus pais Bosco Oliveira e Francilene Tomás, e ao seu irmão Gustavo Oliveira. Que Deus, em sua infinita bondade, possa confortar o coração de cada um nesse momento de imensa dor e pesar”, finalizou.