O homem preso por tentar atirar na vice-presidente argentina, Cristina Kirchner, na noite desta quinta (1º) foi identificado pela polícia como um brasileiro de nascimento com antecedentes criminais.
Os vídeos mostram a ex-presidente sendo saudada por uma multidão de apoiadores ao sair do carro quando ele se aproxima a cerca de 1 metro dela com o que parece ser uma pistola.
O homem, que segundo a imprensa argentina estava com touca e máscara, teria saído correndo depois de tentar atirar. Segundo a polícia, cinco pessoas seguiram atrás dele, permitindo aos agentes o identificarem. A pistola foi encontrada na calçada.
A passagem de Sabag Montiel pela polícia data de março de 2021. De acordo com o jornal Clarín, na ocasião ele foi interceptado por dirigir sem a placa traseira no bairro de La Paternal, onde supostamente morava -ele afirmou às autoridades que ela havia caído dias antes por causa de um acidente.
Os agentes pediram então que ele saísse do veículo. Quando a porta do carro se abriu, uma faca de 35 centímetros de comprimento tombou no chão.
O brasileiro afirmou que usava o objeto para se defender, e foi autuado pelo porte da arma.
Segundo registros comerciais encontrados pelo mesmo jornal, ele atuaria como motorista de aplicativo e tinha um Chevrolet Prisma em seu nome.
O ministro da Segurança, Aníbal Fernández, informou que cabe agora à polícia proceder com a investigação para avaliar “a capacidade e disposição que essa pessoa tinha”. Segundo o jornal argentino La Nación, um perfil nas redes sociais atribuído a ele, sob o nome Fernando Salim Montiel, seguia diversas páginas ligadas a grupos radicais e discurso de ódio -com efeito, o presidente Alberto Fernández atribuiu o incidente desta quinta à radicalização política.
O perfil teria sido bloqueado horas depois da tentativa de disparo. A imprensa argentina destacou ainda o que seriam aparições recentes dele na TV local, dando entrevistas com críticas a programas sociais do governo e falas contra a presença de estrangeiros no país.
O ataque à vice-presidente foi repudiado pela coalizão de oposição, que solicitou uma investigação dos acontecimentos, e também pelo gabinete de ministros. Políticos latino-americanos também expressaram repúdio ao atentado.