A equipe de transição para o governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já tem seus primeiros nomes confirmados.
A transição é regulamentada por uma lei aprovada em 2002 e um decreto editado em 2010. Ela tem início com a proclamação do resultado da eleição e se encerra com a posse do novo presidente.
É nessa etapa que a equipe do presidente eleito obtém informações detalhadas sobre a situação das contas públicas, dos programas e projetos do governo federal, bem como do funcionamento dos órgãos.
O grupo de transição é formado por 50 pessoas que serão nomeadas em cargo comissionado e mais uma série de colaboradores, que atuarão como voluntários, sem receber salário.Saiba quem é quem na equipe de transição:
GERALDO ALCKMIN
Ex-governador de São Paulo, deputado estadual e federal pelo PSDB, Geraldo Alckmin deixou a legenda em 2021, após 33 anos de filiação. O ex-tucano aceitou o convite de Lula para a vice-presidência e se filiou ao PSB.
Alckmin foi escolhido para coordenar a transição. Tradicionalmente, quem assume a função ocupa um ministério robusto no governo. O ex-governador é cotado para o Ministério da Defesa.
JANJA
A socióloga Rosângela Silva, conhecida como Janja, é esposa do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Filiada ao PT desde 1983, ela expandiu o poder ao longo da campanha eleitoral. Cuidava da escala para reuniões e protagonizou agendas para pedir votos.
Janja deve atuar na organização da cerimônia de posse.
ANDRÉ LARA RESENDE
Outro integrante da equipe do Plano Real, o economista também presidiu o BNDES e foi diretor do Banco Central. Declarou apoio a Lula, mas não deve assumir um cargo de gestão.
ALOIZIO MERCADANTE
Economista e um dos fundadores do PT, Mercadante foi o coordenador do plano de governo de Lula. Durante o governo de Dilma Rousseff, ele foi ministro da Educação, da Ciência e Tecnologia e da Casa Civil. Também já exerceu mandatos como senador e deputado federal por São Paulo.
Durante a transição, Mercadante deve coordenar os núcleos de discussão temática. Ele é cotado para os ministérios das Relações Exteriores e para a pasta de Planejamento.
GLEISI HOFFMANN
Presidente nacional do PT, Gleisi é filiada ao partido desde 1989 e assumiu o comando da legenda em 2017. É deputada federal reeleita pelo Paraná. Durante o governo Dilma, foi chefe da Casa Civil. Como senadora, Gleisi foi uma das defensoras da petista durante o processo de impeachment.
Já na presidência do PT, ela se tornou a principal fiadora da candidatura de Lula durante o período de prisão.
Gleisi deve coordenar as relações institucionais durante a transição.
FERNANDO HADDAD
Ex-ministro da Educação nos governos Lula e Dilma e ex-prefeito de São Paulo, Haddad é professor de ciência política na USP, formado em direito, mestre em economia e doutor em filosofia. Disputou o Governo de São Paulo nessas eleições e substituiu Lula como presidenciável em 2018. Em 2016, perdeu a tentativa de reeleição para João Doria, então no PSDB.
Haddad é cotado para os ministérios da Fazenda e Educação.
GUILHERME BOULOS
Deputado eleito mais votado no estado de São Paulo e segundo no país, Boulos é líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto). Filiado ao PSOL, disputou a Presidência, em 2018, e a Prefeitura de São Paulo, em 2020, perdendo no segundo turno para o então prefeito Bruno Covas (PSDB). É formado em filosofia pela USP e historiador.
MÁRCIO FRANÇA
Ex-governador de São Paulo, cargo que assumiu após Geraldo Alckmin renunciar para disputar a Presidência, França foi um dos articuladores da aliança do ex-tucano com Lula e também da ida de Alckmin para o PSB. Ex-deputado federal e ex-prefeito de São Vicente, ele disputou o Senado por São Paulo, mas não conseguiu se eleger. É cotado para os ministérios da Ciência e Tecnologia, Desenvolvimento Indústria e Comércio, além de Cidades.
PERSIO ARIDA
Economista, é um dos pais do Plano Real – medida que acabou com o cenário de hiperinflação nos anos 90, na transição dos governos Itamar Franco (1992-1994) e Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Foi presidente do BNDES e do Banco Central. No segundo turno, declarou voto em Lula e é cotado para assumir o ministério da Fazenda.
SIMONE TEBET
Senadora do MDB por Mato Grosso do Sul e ex-presidenciável, Tebet teve papel decisivo para angariar votos para Lula no segundo turno das eleições. Ela foi anunciada para compor a área de desenvolvimento social do grupo de transição e também é cotada para a equipe ministerial.