O ex-ministro da Saúde do governo Bolsonaro, o paraibano Marcelo Queiroga, está sendo responsabilizado por integrantes do Ministério da Saúde pela perda de pelo menos 38,9 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19, que equivalem a cerca de R$ 2 bilhões. Destas, 2 milhões já foram descartadas e 31 milhões estão encaminhadas para incineração, enquanto os 5,9 milhões restantes ainda serão descartados.
Conforme informações do site do órgão, 399 milhões de doses já foram aplicadas no país.
O Ministério da Saúde estuda doar as vacinas remanescentes a outros países para evitar novas perdas. A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, disse que durante a transição de governo, a equipe de Bolsonaro não compartilhou dados sobre os estoques com a equipe de Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com a atual gestão do Ministério da Saúde, 27,1 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 não foram distribuídas ou utilizadas por falta de tempo hábil.
O ex-ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que seus secretários eram responsáveis pelo controle dos estoques e que as vacinas foram adquiridas em função da população brasileira.
No entanto, a Folha solicitou dados sobre as vacinas perdidas através da Lei de Acesso à Informação, e recebeu a resposta de que 33 milhões de doses já foram descartadas ou enviadas para incineração. Destas, cerca de 12,4 milhões de imunizantes venceram até o fim de 2022, avaliados em R$ 415 milhões, enquanto os 21 milhões restantes, comprados por R$ 740 milhões, venceram em 2023.
