O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou que já tem acordos fechados entre Brasil e China no setor, mas que decidiu adiar a assinatura deles até o presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajar à China, o que poderá acontecer em maio ou mesmo depois. A assinatura dos termos estava prevista para terça (28).
“Tem atos prontos do Ministério da Agricultura, todos com o acordo já selado. São coisas importantes, relevantes, para a nossa relação comercial ser ampliada, inclusive com o portfólio dos produtos a serem habilitados”, disse Fávero.
Questionado então se a ausência de Lula impediu a finalização dos acordos, respondeu: “Não, não impediu nada. O presidente pediu que desse sequência, mas acho que… São coisas importantes, mas que podem aguardar, para que seja dentro de um pacote de outros acordos”.
Segundo Fávaro, “todos os outros ministérios teriam atos assinados no dia 28, não faz sentido só o Ministério da Agricultura deixar assinado o protocolo. Deixe que todos assinem juntos, com a presença de Lula”.
Questionado se houve uma decisão do Palácio do Planalto para que nenhum ato fosse assinado, respondeu: “Não, não. Ao contrário, a recomendação que o ministro [da Casa Civi] Rui Costa me disse foi: ‘Siga, continue normal, faça tudo o que puder, deixe o máximo possível de coisas encaminhadas'”.
“Posso garantir que o que iremos assinar são coisas muito importantes para ampliar a relação comercial, mas é possível aguardar mais alguns dias e, aí sim, na presença do presidente [assinar].Eu não me sinto à vontade de assinar nenhum protocolo do Ministério da Agricultura sem a presença [de Lula]. Vamos aguardar. São coisas que não têm urgência”, afirmou.
As declarações do ministro contrariam a expectativa de empresários do setor agrícola, que disseram esperar que a negociação prosseguisse e acordos forem fechados nesta semana, apesar da ausência do presidente.
A comitiva de empresários e entidades setoriais organizada pelo Ministério da Agricultura para acompanhar a visita do petista à China tinha mais de cem nomes, a maioria ligados ao setor de carnes.