A reforma tributária balançou a política nacional, unindo até mesmo opositores em prol de um objetivo: a modernização da economia brasileira, por meio da reorganização da tributação nacional.
Algo historicamente semelhante na economia brasileira se viu nos anos 90, durante a consolidação do Plano Real.
A nova moeda brasileira, que começou a circular oficialmente em 1994, tinha como objetivo combater a hiperinflação e só nasceu de forma definitiva após um amplo trabalho suprapartidário, conduzido pelo então futuro presidente da República Fernando Henrique Cardoso e pelo então presidente Itamar Franco.
– Como votaram os parlamentares paraibanos na reforma tributária
– Reforma tributária: Qual o próximo passo após aprovação na Câmara
Em 2023, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) capitaneou discurso contra a reforma tributária, levando junto ferrenhos aliados, como o deputado federal Cabo Gilberto (PL). Aqui, saíram perdendo. Cabo Gilberto alegou nas redes sociais que votou contra a medida porque teria recebido alterações do projeto em cima da hora.
Chamando de “reforma do PT”, Bolsonaro alongou o discurso que o elegeu em 2018, mas que já não serve mais para 2023. O PL, partido de Bolsonaro, deu 20 dos 382 votos que garantiram a aprovação do projeto na Câmara.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, deixou de lado o bolsonarismo e colocou na frente os interesses nacionais ao defender a aprovação. Ele foi ministro da Infraestrutura no governo Bolsonaro.
O deputado federal paraibano Wellington Roberto votou a favor. Indo de encontro ao bolsonarismo, ele agora é visto como mais um “traidor” do ex-presidente. Roberto é presidente do PL na Paraíba e orientou que a votação fosse favorável, batendo de frente também com o PL nacional, presidido por Valdemar da Costa Neto.
Do outro lado, desponta o deputado federal Aguinaldo Ribeiro (Progressistas). Faz pelo menos quatro anos que ele se dedica à reforma tributária, que esperou 35 anos para ser aprovada.
Como relator, Aguinaldo Ribeiro manteve uma ampla discussão e diálogo com parlamentares, governadores, prefeitos, diferentes setores, representantes da sociedade e especialistas para a construção da proposta aprovada.
No texto, o deputado buscou consolidar medidas para impulsionar o crescimento econômico, gerar empregos e melhorar a qualidade de vida dos brasileiros.
“Este é um momento histórico. Nós estamos entregando ao país uma reforma estruturante. Com a reforma, nós queremos um Brasil mais justo, mais rico, que possa distribuir riqueza; que desonere produção, com competitividade e seja gerador de empregos. E que deixe de ser esse país que impõe insegurança ao empresário. Nós queremos ser um Brasil que olha para frente, deixando de ser o país do futuro para ser o país do presente!”, comentou Aguinaldo.
Destacam-se ainda o ministro da Economia, Fernando Haddad, que começou o governo sendo criticado pela condução da Pasta, mas agora respira entre os protagonistas da aprovação da reforma. Nas redes, ele ficou conhecido como “craque do jogo”.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas), também está no alvo dos holofotes. Apesar de colecionar polêmicas e ter sido um fiel escudeiro de Bolsonaro no Congresso, ao menos na condução da reforma tributária, ele também merece os créditos.