Com o número de famílias endividadas no maior nível dos últimos 13 anos, a solução para seis de cada dez (61%) está na escolha de qual dívida prefere pagar. De acordo com o Instituto Locomotiva, o chamado “rodízio” das contas considera o valor dos juros e quanto podem ficar atrasadas.
Dados da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) mostram que a parcela de famílias com dívidas a vencer voltou a subir em junho e afeta 78,5% dos lares, dos quais 18,5% se consideram muito endividados.
O alto nível das taxas de juros praticadas no Brasil estimula ainda mais a seleção de qual dívida será privilegiada. No caso do cheque especial, as taxas de juros totalizam mais de 130% ao ano, o que faz uma dívida de R$ 1.000 contraída no início do ano alcançar R$ 2.300 no fim de dezembro.
Segundo o BC (Banco Central), o nível médio dos juros anuais do rotativo do cartão de crédito é ainda maior e superava 455% em maio. Significa que uma fatura de R$ 500 sem ser paga por um ano pode resultar em uma dívida cinco vezes maior, de R$ 2.775.
Orientação
Para evitar ter o nome no vermelho, Lamounier orienta o uso da regra chamada “50, 30, 20” para organizar as finanças e priorizar as despesas mais importantes.
A regra financeira separa o orçamento em três partes: 50% para gastos fixos e essenciais, 30% gastos de contas variáveis e que podem ser cortados caso necessário e 20% para investimentos ou criação de um fundo de reserva.
“Com uma renda de R$ 2.000 por mês, você consegue separar R$ 1.000 para gastos fixos, R$ 600 para usar com gastos variáveis e R$ 400 para investimentos ou reserva de emergência, que deve ser encarada com seriedade”, afirma.
Lamounier também alerta para a importância de acompanhar de perto as receitas e as despesas para poder se manter sempre no azul. “Identificar os pontos de melhoria, analisar o mercado e traçar os seus objetivos é o básico para o planejamento anual, assim você estará preparado para longos períodos e evitará endividamento”, completa.