A seleção brasileira decepcionou e empatou por 1 a 1 com a Venezuela, nesta quinta-feira (12), pela terceira rodada das Eliminatórias, na Arena Pantanal, em Cuiabá. O gol do Brasil foi de Gabriel Magalhães, enquanto Bello anotou para os venezuelanos. Foi um golaço, de puxeta, diga-se.
A seleção brasileira perdeu os 100% de aproveitamento após o terceiro jogo, parou nos sete pontos e ficou em seguindo. A liderança isolada das Eliminatórias é da Argentina, com nove pontos.
Foi a primeira partida em que Vini Jr, Neymar e Rodrygo atuaram juntos com Diniz. Neymar foi o melhor deles, mas, em geral, o time não rendeu bem ofensivamente.
O Brasil se valeu do primeiro gol de Gabriel Magalhães pela seleção brasileira.
O Brasil volta a campo na terça-feira (17), contra o Uruguai, em Montevidéu, às 21h (de Brasília).
A torcida em Cuiabá vaiou quando a renda da partida foi anunciada: mais de R$ 12 milhões ao todo, com 40 mil presentes.
BRASIL INVESTE DEMAIS PELA ESQUERDA
A seleção brasileira até começou o jogo de forma dinâmica. Muita movimentação de Neymar, por exemplo, que criou boas chances com chutes de fora da área.
Mas uma tendência se mostrou rapidamente: a insistência do ataque pelo lado esquerdo.
Vini Jr não flutuou ou correu por outros setores. Assim, os demais jogadores criativos do Brasil acabaram procurando se aglomerar no setor dele.
Rodrygo pouco apareceu pela direita. Neymar tentou combinar as jogadas, mas o Brasil estava “viciado” em trabalhar a bola por ali. Logo, ficou previsível. A seleção ainda não mostra a fluência na aplicação das ideias ofensivas de Fernando Diniz, o que é natural pelo pouco tempo de trabalho.
Para dificultar, a Venezuela até mudou o jeito de marcar. Se inicialmente adotou um compacto 4-4-2, a seleção visitante logo se ajustou para marcar com uma última linha de cinco (5-4-1). Por vezes, até um sexto homem chegava na barreira de marcadores mais próxima à área.
TEM ESTREANTE
O jogo marcou a estreia do lateral-direito Yan Couto, de 21 anos. Ele entrou aos 41 minutos do primeiro tempo, após Danilo sentir um problema muscular e deixar o campo.
Yan tem história nas seleções de base do Brasil e foi campeão mundial sub-17 em 2019. Formado pelo Coritiba, ele defende o Girona, entrou na convocação atual após o corte de Vanderson e tem um irreverente cabelo pintado de rosa.
Yan Couto entrou desinibido, aparecendo bem na frente. A melhor construção dele pela direita foi um passe maravilhoso para Neymar no segundo tempo, dentro da área, mas o camisa 10 pegou com muita força na bola e mandou por cima. Nem por isso deixou de elogiar a visão de Yan.
BOLA AÉREA DÁ VANTAGEM
O Brasil resolveu o jogo pelo alto. Assim como na partida contra o Peru, a retranca adversária foi furada com uma jogada de escanteio.
Parecia replay. Batida precisa de Neymar e um zagueiro entrando como uma flecha para mandar para o gol. A diferença é que a cabeça da vez foi a de Gabriel Magalhães e o gol saiu aos 4 minutos do segundo tempo e não nos instantes finais da partida.
Foi o primeiro gol do defensor do Arsenal pela seleção. Detalhe é que ele fora convocado na era Tite, mas jamais estreou. Na concorrência por uma vaga na Copa, perdeu espaço, entre outras coisas, porque pediu dispensa de uma convocação para ver o nascimento da filha.
Sobre a jogada, em si, mais uma vez o legado de Tite apareceu, embora o protagonista final do lance não tenha trabalhado tanto com o técnico anterior da seleção. Mas Diniz já disse que tem treinado bola parada na seleção.
VENEZUELA REAGE COM GOLAÇO
A partir do gol, o Brasil teve alguns contra-ataques para ampliar, mas o enredo do jogo teve uma Venezuela mais solta. Apostando principalmente na ponta esquerda, depois da entrada de Soteldo.
Diniz tentou reequilibrar o time trocando os volantes – André e Gerson entraram – e deu mais uma chance para Gabriel Jesus e Matheus Cunha no ataque. Mas o Brasil não teve mais as rédeas da partida. Virou trocação.
O empate veio depois de um cruzamento venezuelano pela direita, que culminou com uma puxeta de Bello, que tinha entrado instantes antes. Golaço que azedou a noite brasileira em Cuiabá.
Ao término do jogo, ainda teve confusão e empurra-empurra entre os jogadores das duas seleções. Mas depois os ânimos se acalmaram.
BRASIL
Ederson, Danilo (Yan Couto), Marquinhos, Gabriel Magalhães e Guilherme Arana; Casemiro (André), Bruno Guimarães (Gerson) e Neymar; Rodrygo, Vini Jr (Matheus Cunha) e Richarlison (Gabriel Jesus). Técnico: Fernando Diniz
VENEZUELA
Romo; Alexander González, Osorio, Ángel e Makoun; Herrera (Cásseres), Rincón (Júnior Moreno), Machís (Soteldo) e Sosa (Bello); Córdova (Savarino) e Salomon Rondón. Técnico: Fernando Batista.
Estádio: Arena Pantanal, em Cuiabá (MT)
Público Total: 40.020 presentes
Renda: R$ 12.746.150,00
Árbitro: Kevin Ortega (peru)
Assistentes: Michael Orué e Jesús Sánchez (Peru)
VAR: Carlos Orbe (Equador)
Cartões amarelos: André e Richarlison (BRA); Rincón e Herrera (VEN)
Gols: Gabriel Magalhães (BRA), aos 4′, e Bello (VEN), aos 39’/2ºT