O Brasil está enfrentando uma epidemia de dengue nos últimos meses. Desde janeiro, já foram registrados 532.921 casos prováveis da doença e 90 mortes confirmadas, de acordo com o Ministério da Saúde. Em paralelo, os casos de Covid-19 também têm aumentado.
São Paulo, por exemplo, registrou um aumento de 140% no número de casos positivos da infecção por coronavírus (de 168, no fim de janeiro, até 404, no último dia 4). Os dados são da plataforma Info Tracker, desenvolvida por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Diante desse cenário, é fundamental saber diferenciar os sintomas de dengue e de Covid-19. Apesar de ambas doenças terem sinais semelhantes, existem características que as diferem. Fazer essa distinção é extremamente importante para o tratamento, já que alguns medicamentos são contraindicados para dengue – e as duas infecções podem evoluir para quadros graves. Entenda a seguir.
Dengue e Covid: quais são as diferenças?
Tanto a dengue, quanto a Covid-19 podem causar febre, dor no corpo, falta de apetite e perda de paladar. No entanto, é possível encontrar características divergentes entre as duas infecções.
“A dengue tem como característica principal a febre alta, acima de 38 ºC, uma mialgia intensa causada por dor muscular e articular e algo muito característico que é a dor atrás dos olhos, principalmente durante o movimento, apesar de esse sintoma nem sempre estar presente em todos os casos”, afirma Silvana Barros, infectologista e chefe do Serviço de Epidemiologia e Controle de Infecção da Rede Mater Dei de Saúde, à CNN.
Além disso, a dengue pode causar, ainda, manchas vermelhas pelo corpo e, em casos mais graves, levar à dor abdominal intensa, sangramento nas mucosas, queda na pressão arterial e hepatomegalia (aumento do fígado). Essas são características da dengue hemorrágica, quadro mais grave da doença.
Por outro lado, a Covid-19 é caracterizada por sintomas respiratórios, como tosse, dor de garganta e coriza, principalmente em casos leves. Nos casos moderados a graves, podem surgir tosse e febre persistentes, falta de ar, desconforto respiratório e dificuldade para se alimentar, determinando um quadro de SARG (Síndrome Respiratória Aguda Grave).
“Quando há a ausência desses sintomas respiratórios e a presença de alguns sinais característicos da dengue, é possível fazer a distinção entre as doenças e conduzir o diagnóstico”, esclarece Silvana.
Testes são essenciais para diferenciar o diagnóstico
Saber identificar os sintomas de cada doença pode ajudar a diferenciar o diagnóstico, mas a confirmação somente é feita através de testes laboratoriais. Tanto no caso da dengue, quanto na Covid-19, é possível realizar testes rápidos, que identificam a presença do vírus em até 15 minutos.
Também é possível diagnosticar as doenças através do teste RT-PCR, que permite identificar o material genético dos vírus em amostras de secreção respiratória. Ele pode ser feito entre o 3º e 5º dia de sintomas de ambas as doenças.
Outra opção é o teste de sorologia, que identifica a presença de anticorpos no sangue para saber se o organismo desenvolveu resposta imunológica aos vírus da dengue e da Covid-19. Esse exame pode ser feito após o 6º dia de sintoma, em caso de suspeita de dengue, ou após o 10º de sintoma, no caso da Covid. Da CNN.