Uma nova denúncia de abuso contra o médico pediatra Fernando Cunha Lima foi registrada nessa quinta-feira (5), em João Pessoa. A mãe de um menino de três anos afirmou que o filho foi vítima do médico, já acusado de outros estupros de crianças.
A denúncia foi apresentada na Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Infância e Juventude e é a quarta no atual inquérito.
Segundo o advogado Bruno Girão, que representa as vítimas, o inquérito inclui quatro denúncias: duas crianças de sete e três anos, uma mulher que relatou ter sido abusada na infância, na década de 1990, e a quadrinista Thaís Gualberto, de 38 anos, que é sobrinha da esposa do médico. Thaís relatou ter sido abusada quando tinha sete anos.
As vítimas de crimes prescritos, que alegam abusos sofridos na infância e hoje são adultas, estão no processo como testemunhas. O médico investigado atendia muitas das vítimas desde bebês e era considerado de confiança pelas famílias. Ele tinha uma clínica particular no bairro de Tambauzinho, em João Pessoa.
Além de Thaís, duas outras sobrinhas do médico também relataram abusos ocorridos na infância, mas, devido à prescrição dos crimes, atuarão apenas como testemunhas. Em depoimentos à Polícia Civil, mães das vítimas narraram que os abusos ocorreram no consultório, enquanto as crianças estavam em cima da maca, com a visão obstruída durante os exames.
O caso
O caso veio à tona, após a mãe de uma criança de nove anos denunciar o crime de abuso sexual praticado contra a filha. Após essa denúncia, diversas famílias também prestaram depoimento contra o pediatra.
Uma das denúncias, foi feita pela própria sobrinha do médico, Gabriela Cunha Lima, que afirmou em entrevista que sofreu abuso do tio há mais de 30 anos.
Ela contou, em detalhes, que o caso aconteceu quando eles estavam na casa de praia do tio, no ano de 1991.
Na última segunda-feira (2), houve protesto pedindo a prisão do médico pediatra Fernando Cunha Lima. A manifestação se concentrou em frente ao Fórum Criminal localizado na Avenida João Machado, em João Pessoa. O protesto surge uma semana após a Justiça negar o pedido feito pelo Ministério Público estadual (MPPB), para a prisão preventiva do pediatra.
O advogado das vítimas, Bruno Pontes, afirmou que os manifestante também vão recorrer ao Tribunal de Justiça para pedir justiça em relação a decisão que nega o pedido de prisão.
Ainda de acordo com o advogado, mais um inquérito policial com novas denúncias contra o médico foi aberto, e são esperadas ainda nesta semana, mais três depoimentos contra Fernando Cunha Lima.
“Quantas denúncias mais serão precisas para que ele seja preso?”, questiona Gabriela Cunha Lima, sobrinha do médico que afirmou em entrevista à TV Correio, que sofreu abuso do tio há mais de 30 anos.