O prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (Progressistas), criticou duramente, nesta segunda-feira (2), a prática de exploração de mão de obra disfarçada de comércio ambulante na orla da capital. Durante a entrega da reforma da Unidade de Saúde da Família (USF) Timbó, ele foi enfático ao afirmar que não permitirá a ação de empresários que utilizam pessoas sem carteira assinada para vender mercadorias no calçadão, caracterizando o que chamou de “trabalho escravo”.
“Temos visto uma prática que está chegando em João Pessoa e que nós não vamos admitir: empresários que têm estoque para vender e contratam pessoas que não são vendedores ambulantes como trabalho escravo, sem carteira assinada, sem nenhum compromisso”, denunciou o prefeito.
A declaração ocorre em meio à polêmica gerada pela recente retirada de ambulantes do calçadão da orla. A ação da prefeitura, que busca o ordenamento do espaço público, tem gerado críticas de comerciantes informais, mas o prefeito reiterou que a medida é necessária para preservar a organização do local.
Cícero assegurou que a fiscalização será rigorosa e contará com a colaboração de diversas autoridades. “Tenho certeza que o Ministério Público do Trabalho vai estar atuante e toda a inteligência da Polícia Militar, Polícia Civil e da Guarda Municipal estará atenta a esses gananciosos que querem tirar proveito de pessoas que nem carteira assinada têm e bagunçar a nossa orla”, declarou.
O prefeito também alertou para os impactos econômicos que a desordem no comércio ambulante pode causar. “Se não preservarmos a qualidade da nossa orla, quem vai ficar desempregado são os trabalhadores dos hotéis, bares, restaurantes e receptivos”, ressaltou Cícero Lucena.