Papa Francisco defende alívio da dívida de países pobres e abre Jubileu de 2025 no Vaticano

O apelo do pontífice remete ao último Ano Santo, em 2000, quando o então papa João Paulo 2º liderou uma campanha que resultou no cancelamento de US$ 130 bilhões em dívidas entre 2000 e 2015.

Durante a celebração da Missa do Galo, realizada nesta terça-feira (24) na Basílica de São Pedro, no Vaticano, o Papa Francisco defendeu que os países desenvolvidos assumam a responsabilidade de ajudar na redução das dívidas das nações mais pobres. A cerimônia também marcou o início do Jubileu de 2025, um período especial para a Igreja Católica, celebrado a cada 25 anos, como um tempo de paz, perdão e indulgência.

“O Jubileu nos chama à renovação espiritual e nos compromete com a transformação do nosso mundo”, afirmou o papa. “Um tempo de Jubileu para os países mais pobres sobrecarregados por dívidas injustas; um tempo de Jubileu para todos aqueles que vivem formas de escravidão antigas e novas.”

O apelo do pontífice remete ao último Ano Santo, em 2000, quando o então papa João Paulo 2º liderou uma campanha que resultou no cancelamento de US$ 130 bilhões em dívidas entre 2000 e 2015.

O sermão de Francisco destacou a virtude da esperança, tema central do Jubileu de 2025. “A esperança nos chama a ficarmos incomodados com as coisas que estão erradas e a encontrar coragem para mudá-las”, declarou o papa. Ele também relembrou a história do nascimento de Jesus, enfatizando que a origem humilde de Cristo, filho de um carpinteiro, inspira a crença de que todos podem causar impacto positivo no mundo.

Francisco também usou a homilia para abordar os conflitos globais, mencionando os recentes bombardeios de Israel na Faixa de Gaza. Condenou a violência que, no último domingo (22), matou pelo menos 17 pessoas, incluindo crianças. “Pensemos nas guerras, nas crianças metralhadas, nas bombas sobre escolas e hospitais”, disse.

A celebração reuniu cerca de 6.000 fiéis dentro da Basílica de São Pedro e mais 25 mil pessoas que acompanharam a cerimônia em telões instalados na praça externa. No início da missa, o papa abriu uma das Portas Santas da basílica, tradicionalmente lacrada com concreto e somente acessada durante os anos jubilares.

Com expectativa de receber 32 milhões de turistas até o fim do Jubileu, em janeiro de 2026, o Vaticano estima que cerca de 100 mil peregrinos passem pela Porta Santa diariamente, em busca das indulgências especiais oferecidas durante o Ano Santo.

Apesar de estar com a voz rouca, Francisco, que completou 88 anos recentemente, aparentava boa disposição. Ele chegou à cerimônia em uma cadeira de rodas, ainda se recuperando de um resfriado, segundo informações do Vaticano. Nesta quarta-feira (25), o pontífice transmitirá sua mensagem e bênção natalina “Urbi et Orbi” (para a cidade e o mundo).

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