Dólar fecha em queda de 0,25% com reação do mercado às decisões de juros no Brasil e EUA

O dólar encerrou esta quinta-feira (30) com queda de 0,25%, cotado a R$ 5,853, após um dia de forte volatilidade. O mercado reagiu às recentes decisões de juros do Brasil e dos Estados Unidos, que impactaram as expectativas para o cenário econômico global.

No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a Selic em 1 ponto percentual, fixando a taxa em 13,25% ao ano. Já o Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano, manteve sua taxa de juros inalterada, interrompendo o ciclo de cortes. Ambas as decisões estavam em linha com as projeções do mercado.

A sessão foi marcada por oscilações: o dólar iniciou o dia em alta, chegando à máxima de R$ 5,949, antes de perder força à tarde.

Bolsa dispara com alta da Vale

Enquanto isso, o Ibovespa registrou uma valorização de 2,75%, atingindo 126.833 pontos, impulsionado pelo otimismo dos investidores e pela forte alta de 5% das ações da Vale.

Copom eleva Selic e reforça compromisso com controle da inflação

No primeiro encontro sob a liderança de Gabriel Galípolo, o Copom manteve a previsão de um novo aumento de 1 ponto percentual na próxima reunião, em março, citando a necessidade de controlar a inflação.

“A continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação justifica a decisão”, afirmou o comitê.

A expectativa do mercado é que a taxa Selic possa ultrapassar os 15% ao ano, caso não haja um ajuste fiscal que reequilibre as contas públicas.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou a decisão, afirmando que o governo “fará sua parte enquanto o Banco Central atua para controlar a inflação”. Ele descartou a necessidade de novas medidas fiscais por ora, mas disse que poderá reavaliar essa posição no futuro.

Fed mantém juros nos EUA e adota tom mais cauteloso

Nos Estados Unidos, o Federal Reserve manteve sua taxa entre 4,25% e 4,5%, conforme esperado. No entanto, retirou do comunicado a expressão de que a inflação estava “progredindo para a meta”, destacando que o ritmo dos preços “permanece elevado”.

O presidente do Fed, Jerome Powell, evitou indicar um prazo para cortes de juros, reforçando que o banco central levará o tempo necessário para avaliar o impacto das políticas econômicas do governo de Donald Trump.

Desde a campanha eleitoral, Trump tem prometido elevar tarifas de importação para produtos da China, Canadá, União Europeia e México. Economistas alertam que essa estratégia pode gerar um repique inflacionário e dificultar a trajetória de redução de juros nos EUA.

“Estamos esperando para ver quais políticas serão efetivamente implementadas”, disse Powell.

Cenário europeu e PIB dos EUA

O Banco Central Europeu (BCE) reduziu sua taxa de juros, adotando uma postura mais flexível para estimular o crescimento econômico na região.

Nos Estados Unidos, o PIB do quarto trimestre de 2024 apontou crescimento de 2,3%, desacelerando em relação aos 3,1% do trimestre anterior.

Conclusão

O mercado segue atento às sinalizações das autoridades monetárias e aos impactos das políticas econômicas nos principais centros financeiros globais. Enquanto a Selic no Brasil continua subindo para conter a inflação, o Fed e o BCE adotam posturas mais cautelosas, refletindo incertezas sobre crescimento econômico e política fiscal.

A volatilidade do dólar e da Bolsa nos próximos dias deve continuar, influenciada por novas divulgações econômicas e pela expectativa das próximas decisões dos bancos centrais.

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