Viúvo de Danielle Morais rebate prefeito e denuncia negligência médica no ISEA

Jorge Elô, viúvo de Danielle Morais, publicou uma carta aberta nas redes sociais em resposta às declarações do prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima (União)

Jorge Elô, viúvo de Danielle Morais, publicou uma carta aberta nas redes sociais em resposta às declarações do prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima (União). Durante uma coletiva de imprensa na última quarta-feira (26), o prefeito afirmou que o caso envolvendo a morte de Danielle estaria sendo “politizado”.

Danielle faleceu após perder o bebê e ter o útero retirado no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (ISEA), em Campina Grande. O caso causou comoção e revolta popular, intensificada pelas denúncias da família sobre possível negligência médica.

Na carta, Jorge Elô refuta a versão do prefeito e afirma que a família sempre buscou justiça, jamais politização. Ele destaca que o médico particular de Danielle, que também estava de plantão no ISEA na data da morte, acompanhava a gestação desde o início e conhecia profundamente o histórico de saúde da paciente.

O viúvo questiona a conduta médica, criticando a mudança na forma de administração da medicação e a ausência de uma bomba de infusão controlada. Ele aponta que sinais evidentes de complicações — como dores intensas, vômitos e tremores — foram ignorados pela equipe médica.

No texto, Jorge relata que o casal seguiu todas as orientações médicas ao longo da gestação, inclusive durante um episódio de trombose. Ele afirma possuir todas as seringas utilizadas na aplicação de anticoagulantes, como prova do comprometimento da esposa com o tratamento.

Elô também narra os momentos que antecederam a internação no ISEA, lembrando que, dias antes, Danielle passou por consulta particular com o mesmo médico, que garantiu estar tudo bem com mãe e bebê. O plantão do profissional no dia seguinte gerou uma falsa sensação de segurança, segundo o viúvo.

Na carta, ele exige explicações diretas do médico e da equipe envolvida:
Por que a medicação foi modificada ao invés de optar por cesárea?
Por que foi administrada sem bomba de infusão?
Por que a equipe não respondeu adequadamente aos sinais de sofrimento?

Ele descreve a piora no quadro de Danielle, mencionando que ela gritava de dor por horas e que a equipe médica, mesmo sendo alertada, demorou a agir. O viúvo também cita falas de profissionais da UTI, que, segundo ele, teriam se emocionado e reconhecido os erros cometidos no atendimento.

Jorge ainda critica a postura do prefeito por suas declarações no dia do velório e enterro de Danielle, considerando-as desrespeitosas e cruéis. Ele questiona o motivo do gestor só se pronunciar após quase um mês de silêncio, e justamente em um momento de profunda dor da família.

“Pare de nos ferir e cumpra seu papel de mostrar os verdadeiros culpados à sociedade”, escreve Jorge Elô, em tom de apelo, pedindo que o prefeito assuma responsabilidade institucional e busque a verdade, ao invés de tentar transferir a culpa para a vítima.

A carta termina com uma mensagem de indignação e resistência, destacando que Campina Grande inteira se uniu em torno da causa por justiça para Danielle e Davi Elô, e questionando o prefeito sobre de que lado ele está: o da negligência ou o da justiça.

Jorge Elô

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