Bolsonaro segue na UTI após cirurgia abdominal complexa e deve permanecer internado por pelo menos duas semanas

Além de Birolini, participaram da coletiva os cardiologistas Leandro Echenique e Ricardo Camarinha, o diretor médico do hospital, Guilherme Meyer, e o diretor-geral Allisson Barcelos Borges.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) permanece internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília, sem previsão de alta. Segundo informações divulgadas nesta segunda-feira (14) pela equipe médica responsável, ele deverá permanecer hospitalizado por pelo menos mais duas semanas, com restrições no pós-operatório que devem se estender por dois a três meses.

A cirurgia, realizada no domingo (13), teve duração de 12 horas e foi classificada como complexa. O procedimento incluiu a remoção de aderências intestinais e a reconstrução da parede abdominal, sequelas da facada sofrida em 2018 e de outras cirurgias anteriores.

O intestino estava bastante sofrido, o que nos leva a crer que ele já vinha com esse quadro há alguns meses, refletido nas internações recorrentes dos últimos tempos”, explicou o cirurgião Cláudio Birolini, chefe da equipe médica. “O objetivo da cirurgia foi reverter todos os fatores que poderiam contribuir para uma nova ocorrência.

Apesar de publicação feita pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmar que ele já teria sido transferido para o quarto, os médicos esclareceram que Bolsonaro continua na UTI e ainda não há previsão de alta para esse setor. Segundo Birolini, a primeira-dama se referiu ao fato de que o ex-presidente havia deixado o centro cirúrgico e sido transferido para a UTI, e não para o quarto.

A equipe médica destacou que a decisão pela cirurgia foi tomada após quadro de distensão abdominal persistente, observado nas 48 horas anteriores ao procedimento. Exames indicaram alterações significativas, como a elevação do PCR, sinal de inflamação no organismo.

Foi uma decisão preventiva. Vimos sinais precoces de que algo estava desandando, o que exigia intervenção imediata”, acrescentou Birolini.

No momento, Bolsonaro está sendo mantido com nutrição venosa e ainda não tem previsão para voltar a se alimentar por via oral. Isso só ocorrerá quando o intestino retomar o funcionamento fisiológico normal.

A cirurgia exigiu duas horas apenas para acessar a parede intestinal, devido ao quadro de aderências e complicações na região abdominal. A equipe informou que novas aderências ainda podem se formar, o que será monitorado nos próximos dias.

Ele já está acordado, lúcido, e até fez piadas, o que é um bom sinal”, disse Birolini.

Questionado sobre possíveis causas para a condição, o médico descartou qualquer relação com a alimentação do ex-presidente. “O fato de ele comer pastel com caldo de cana não afeta o funcionamento dos órgãos”, afirmou.

Os boletins médicos serão divulgados diariamente, com autorização da família. Em publicação nas redes sociais, Bolsonaro agradeceu o apoio:

Meus mais sinceros agradecimentos para todos neste momento. Um forte abraço em cada um e repito: voltaremos!”, escreveu.

O ex-presidente foi transferido para o hospital em Brasília no sábado (12), vindo de Natal (RN), onde passou mal enquanto cumpria agenda política relacionada à defesa da anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.

Essa foi a sexta cirurgia abdominal de Bolsonaro desde o atentado que sofreu em 2018, sendo também a mais longa até o momento. Segundo o hospital, não houve necessidade de transfusão de sangue, e a obstrução intestinal decorreu de uma dobra no intestino delgado que dificultava o trânsito intestinal, corrigida durante a operação.

Além de Birolini, participaram da coletiva os cardiologistas Leandro Echenique e Ricardo Camarinha, o diretor médico do hospital, Guilherme Meyer, e o diretor-geral Allisson Barcelos Borges.

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