Juiz denuncia aluguel de crianças para pedir esmolas em João Pessoa

Adhailton Lacet contou que tomou conhecimento da situação após um episódio pessoal.

21/07/2009. Cr�dito: Daniel Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Bras�lia - DF. Francisca Ildersangela da Silva com suas filhas pedem esmola na 313 Norte.

Crianças estão sendo alugadas por adultos para pedir esmolas em João Pessoa, segundo denúncia do juiz da Infância e Juventude, Adhailton Lacet. Em entrevista nesta terça-feira (20), o magistrado alertou sobre essa prática criminosa e abordou temas como adoção, doação e os direitos de crianças e adolescentes.

Tem casos em que os próprios pais alugam as crianças. Houve um caso em João Pessoa, em um grande supermercado, onde as crianças eram alugadas por R$ 50 para que adultos pedissem esmolas. Colocam o bebê no braço para sensibilizar os clientes e solicitar latas de leite, fraldas e outros produtos, que depois são vendidos ou trocados por drogas”, revelou o juiz, em relato.

Adhailton Lacet contou que tomou conhecimento da situação após um episódio pessoal. “Eu estava na fila de um supermercado e um senhor, com uma criança, pediu para eu comprar um pacote de fralda. Eu comprei, incluí na minha compra, e a funcionária me alertou: ‘doutor, ele vai ali para o estacionamento trocar por drogas‘. Foi a primeira vez que tomei conhecimento disso e determinei que nossa equipe iniciasse uma investigação”, detalhou.

Segundo o juiz, a apuração confirmou a prática. “No estacionamento da rede de supermercados, nossos agentes da Infância e Juventude, junto com o Conselho Tutelar, realizaram uma campana e conseguiram identificar os responsáveis. As crianças foram recolhidas, e a equipe trabalhou para identificar quem eram os pais. Atualmente, temos duas ou três crianças em acolhimento”, relatou.

O magistrado reforça que, ao presenciar uma situação como essa, qualquer pessoa pode e deve acionar o Conselho Tutelar, que é a porta de entrada para o acolhimento institucional. “Se houver flagrante, a polícia prende o adulto que estiver explorando a criança, mas é necessário que a criança seja entregue ao Conselho Tutelar, que a encaminhará para uma instituição de acolhimento, enquanto a Justiça da Infância e Juventude define os próximos passos para garantir os direitos da criança”, explicou Lacet.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui