O Sindicato dos Bancários da Paraíba recebeu denúncias de graves irregularidades nos processos de promoção para funções de confiança (PSIs) na Caixa Econômica Federal, envolvendo as superintendências de João Pessoa e Campina Grande.
De acordo com os relatos, há indícios de manipulação nos processos seletivos, favorecimento de grupos específicos e até nomeações sem qualquer processo seletivo, em desrespeito aos normativos internos da empresa, ao código de ética e integridade, e aos princípios da administração pública. Em alguns casos, os resultados das seleções seriam conhecidos antes mesmo do término do processo, o que compromete a credibilidade dos mecanismos de promoção.
Uma das denúncias mais recorrentes é o descumprimento das regras do banco de sucessores, onde empregados de outras superintendências estariam sendo promovidos ou transferidos, em detrimento de trabalhadores que aguardam há anos por uma oportunidade, mesmo cumprindo todos os critérios e mantendo seus cadastros atualizados.
Os relatos também apontam que os critérios para promoção estariam sendo pautados em relações pessoais de amizade, caracterizando uma espécie de confraria dentro da instituição, em total desvio do que prevê o mérito profissional.
Segundo o sindicato, caso confirmadas, essas práticas configuram assédio moral, abuso de autoridade e improbidade administrativa.
O normativo da Caixa estabelece que a ocupação de funções gratificadas deve ser feita exclusivamente por meio de processo seletivo. Atualmente, são três os principais instrumentos previstos:
✔ Processo Seletivo Interno (PSI) – seleção aberta a todos os empregados;
✔ Score – avaliação baseada em critérios técnicos pré-estabelecidos;
✔ Banco de Sucessores – seleção específica para determinadas funções.
No entanto, as denúncias indicam que os critérios estão sendo aplicados de forma arbitrária e direcionada, com suspeitas de que os resultados sejam definidos previamente, enfraquecendo a transparência e a confiança no sistema.
A situação tem gerado impactos severos na saúde emocional dos trabalhadores, que relatam depressão, baixa autoestima, esgotamento profissional e perda de motivação. Segundo depoimentos, muitos empregados investem em formação continuada, fazem cursos e se dedicam intensamente para crescer na carreira, mas acabam sendo preteridos por critérios políticos e relacionais.
“Me matei de estudar, fiz tudo que me pediam, e mesmo assim fico sempre para trás. Isso dói”, desabafa um dos bancários, que relata ter investido tempo e dinheiro em diversos cursos, além de se dedicar mensalmente para se manter no Time de Vendas, sob constante pressão para não cair no ranking, inclusive durante as férias.
O Sindicato dos Bancários da Paraíba reafirma que não compactua com essas práticas e que adotará todas as medidas legais cabíveis para restabelecer a moralidade e o cumprimento dos normativos da Caixa nas superintendências do estado.
A entidade cobra que a Caixa atue imediatamente para garantir a lisura dos processos seletivos, combatendo com rigor o apadrinhamento e a manipulação que vêm sendo praticados na Paraíba.
“Solicitamos ainda que os empregados que se sentiram prejudicados em processos seletivos nos últimos meses denunciem os casos ao sindicato, pessoalmente ou através do nosso canal de denúncias. Garantimos total sigilo para proteger os denunciantes de possíveis retaliações”, reforça o presidente do sindicato, Lindonjhonson Almeida.