Novas ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à China provocaram instabilidade no mercado financeiro nesta sexta-feira (30), impulsionando o dólar e pressionando a bolsa brasileira. A moeda norte-americana encerrou o mês em alta, enquanto o Ibovespa caiu mais de 1% no dia.
O dólar comercial fechou vendido a R$ 5,718, com alta de R$ 0,052 (+0,91%), após operar em alta durante toda a sessão. Na máxima do dia, por volta do meio-dia, a cotação chegou a R$ 5,73. Esse é o maior valor registrado desde 7 de maio. No acumulado de maio, a moeda subiu 0,78%, revertendo a tendência de queda observada até a véspera. Em 2025, o dólar ainda registra queda de 7,45%.
No mercado de ações, o índice Ibovespa caiu 1,09%, encerrando o pregão aos 137.027 pontos. Apesar da retração no dia, o principal indicador da B3 fechou maio com alta de 1,45%, completando o terceiro mês consecutivo de valorização.
A instabilidade foi causada pela elevação do tom de Donald Trump em relação à China. Em publicação nas redes sociais, o presidente norte-americano acusou o país asiático de violar acordos comerciais sobre tarifas e restrições a minerais essenciais, o que gerou reação nos mercados globais e valorizou o dólar frente às moedas de países emergentes.
Fatores domésticos também contribuíram para a volatilidade. A formação da Taxa Ptax, média das cotações do dólar ao longo do dia e usada como referência para correções cambiais de ativos do governo, pressionou a cotação da moeda norte-americana. A Ptax influencia operações relacionadas à dívida externa, reservas internacionais e contratos cambiais.
Na bolsa de valores, o impacto veio com a divulgação do PIB brasileiro, que cresceu 1,4% no primeiro trimestre, acima das projeções. O desempenho mais forte da economia aumenta a possibilidade de o Banco Central manter os juros elevados por mais tempo, reduzindo o apetite por ativos de risco e afetando diretamente o desempenho das ações.