Hugo Motta defende independência da Câmara e rebate críticas sobre derrubada do aumento do IOF

As declarações reforçam o distanciamento entre o Legislativo e o Planalto, em meio a um ambiente de tensão institucional e articulações visando o cenário eleitoral de 2026.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), rebateu nesta segunda-feira (30) as críticas sobre a condução da Casa Legislativa e a aprovação de projetos de impacto econômico e social. Em pronunciamento, o deputado reafirmou a independência do Legislativo e condenou a tentativa de transformar divergências políticas em conflito social.

Questionado sobre a percepção de que o Congresso “não olha para o povo”, Motta respondeu com uma crítica direta à polarização política. “Quem alimenta o ‘nós contra eles’ acaba governando contra todos. A Câmara, com 383 votos, unindo deputados de esquerda e de direita, decidiu derrubar o aumento do IOF, que afeta toda a cadeia econômica. A polarização política tem cansado muita gente, e agora querem criar uma polarização social”, afirmou.

O parlamentar destacou que, além da rejeição ao reajuste do IOF, outras matérias relevantes foram aprovadas na mesma sessão, como:
MP que libera R$ 15 bilhões para habitação;
Autorização para leilão de excedente de petróleo, com potencial de arrecadação entre R$ 15 e R$ 20 bilhões, sem aumento de impostos;
Aprovação de crédito consignado privado;
Isenção de imposto de renda para quem ganha até dois salários mínimos.

Sobre a insatisfação do governo federal com a derrubada dos decretos do IOF, Motta foi direto: “Capitão que guia o barco em direção ao iceberg e não avisa não é leal, é cúmplice. E nós avisamos ao governo que essa matéria teria muita dificuldade de ser aprovada. O presidente de qualquer poder não pode servir a um partido, ele tem que servir ao país.”

Ao ser acusado de adotar uma postura de “morde e assopra”, o deputado respondeu com ironia e firmeza: “Se uma ideia for ruim no Brasil, eu vou morder. Mas se for boa, eu vou assoprar para que ela se espalhe. Ser de centro não é ausência de posição, é ausência de preconceito. E pode ter certeza: se uma ideia for boa, nós vamos defender.”

As declarações reforçam o distanciamento entre o Legislativo e o Planalto, em meio a um ambiente de tensão institucional e articulações visando o cenário eleitoral de 2026.

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