A operação da Polícia Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, deflagrada nesta sexta-feira (18), gerou intensa repercussão nas redes sociais, com 59% das menções demonstrando apoio à ação e 41% expressando defesa a Bolsonaro e críticas à operação, segundo levantamento do instituto Quaest. O monitoramento analisou mais de 1,3 milhão de publicações entre 0h e 17h, com pico de mais de 150 mil menções por volta das 10h.
A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), e apura um suposto plano de Bolsonaro e aliados para pressionar o governo dos Estados Unidos a interferir em processo judicial no Brasil. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, também é citado na investigação e está atualmente nos EUA.
Como medidas cautelares, Moraes determinou buscas e apreensões, restrições em redes sociais e o uso de tornozeleira eletrônica por Bolsonaro.
Entre os defensores do ex-presidente, a operação foi classificada como “censura” e “perseguição política”, com termos como “ditadura” e “abuso de poder” presentes em 10% das postagens analisadas. Também houve críticas ao STF por impor medidas sem condenação formal.
Do outro lado, perfis alinhados à esquerda ironizaram e comemoraram a decisão, utilizando expressões como “Bolsonaro na cadeia” e “Grande dia”, com a tornozeleira eletrônica sendo exaltada como símbolo de justiça.
De acordo com a Quaest, as buscas por “Bolsonaro” cresceram cinco vezes no Google no dia da operação, enquanto o termo “tornozeleira” também teve alta expressiva. Já o nome de Alexandre de Moraes registrou crescimento mais discreto.
O levantamento também revelou que grupos bolsonaristas em plataformas como WhatsApp e Telegram intensificaram ataques ao STF e a Moraes, representando 32% das mensagens monitoradas nesses canais.
Convocações para protestos e paralisações de caminhoneiros começaram a circular, embora ainda com baixa adesão. Em menor escala, surgiram teorias conspiratórias que associam o STF e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva à maçonaria e satanismo.