O Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, unidade do Governo da Paraíba gerenciada pela Fundação PB Saúde, realizou na última quinta-feira (17) um procedimento inédito na região: o implante de um marca-passo leadless de última geração, tecnologia sem fios que reduz significativamente o risco de complicações em pacientes com distúrbios do ritmo cardíaco.
Embora a unidade já tivesse realizado, no ano passado, o implante de um modelo semelhante, a novidade desta vez é a evolução tecnológica do dispositivo, que chegou recentemente ao Brasil. A nova cápsula apresenta avanços importantes na forma de fixação — com um sistema de rosca mais seguro — e na capacidade de comunicação com futuras cápsulas cardíacas, possibilitando sincronia entre diferentes regiões do coração. Este foi o primeiro procedimento com esse modelo no Norte-Nordeste e o oitavo no Brasil.
O beneficiado foi um homem de 73 anos, que apresentava complicações recorrentes com o uso do marca-passo tradicional, incluindo infecções. Diante da ineficácia do modelo convencional, a equipe médica optou pelo novo dispositivo, adquirido em caráter excepcional pelo Governo da Paraíba, uma vez que ele ainda não integra o protocolo padrão do SUS.
O procedimento foi conduzido pelo arritmologista Renner Raposo, que explicou que o marca-passo leadless é uma cápsula implantada diretamente no coração, sem necessidade de cabos. O novo modelo possui um sistema de fixação em rosca, semelhante a um parafuso, o que aumenta a segurança e precisão. “Além disso, ele permite que uma segunda cápsula seja adicionada futuramente, garantindo a sincronia ideal entre átrios e ventrículos”, destacou o especialista.
Atualmente, apenas a cápsula para estimulação ventricular está disponível no Brasil, e foi essa a implantada no paciente. Caso seja necessário, o tratamento poderá ser complementado com uma cápsula atrial, que será automaticamente sincronizada com o dispositivo já instalado, assim que estiver disponível no país.
Mesmo com a alta complexidade tecnológica, o procedimento é minimamente invasivo e não exige internação em UTI. O paciente foi encaminhado à enfermaria cardiológica e, com boa evolução, deve receber alta nos próximos dias, seguindo com acompanhamento ambulatorial.
Para a diretora-geral do Hospital Metropolitano, Louise Nathalie, o investimento demonstra o compromisso do Governo da Paraíba com a inovação e excelência na saúde pública. “Esse procedimento reforça o nosso compromisso com a busca contínua pelas melhores soluções para os pacientes. Estar entre os primeiros do país a realizar esse tipo de intervenção é um orgulho e coloca a Paraíba na vanguarda da cardiologia nacional”, afirmou.