O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), cancelou sua participação em um seminário sobre alfabetização previsto para esta quarta-feira (6), em Fortaleza (CE), e antecipou o retorno a Brasília. A decisão foi motivada pela escalada de protestos e obstruções promovidas por parlamentares da oposição, em resposta à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Antes da mudança na agenda, Motta havia cumprido compromissos na Paraíba, incluindo a inauguração de hospitais nas cidades de Patos e João Pessoa. Com a crescente tensão no Congresso, marcada pela ocupação do plenário da Câmara por deputados oposicionistas, o presidente da Casa decidiu se posicionar diretamente na capital federal.
Lideranças de partidos de centro-direita, como Valdemar Costa Neto (PL), Antônio Rueda (União Brasil) e o senador Ciro Nogueira (PP-PI), articularam uma obstrução coordenada dos trabalhos legislativos. As bancadas dessas siglas foram orientadas a aderir ao movimento, que prevê a ocupação das mesas diretoras da Câmara e do Senado por tempo indeterminado, em revezamento de três horas de plantão e seis de descanso por parlamentar. A oposição só pretende encerrar a mobilização após uma reunião conjunta com os presidentes das duas Casas legislativas.