Gilberto Gil notifica Diocese de Campina Grande e padre por falas contra religiões afro e sobre morte de Preta Gil

O caso gerou repercussão nacional, provocou indignação de entidades religiosas e motivou a abertura de um inquérito policial por intolerância religiosa.

O cantor Gilberto Gil enviou, nesta quinta-feira (14), notificação extrajudicial à Diocese de Campina Grande e ao padre Danilo César, responsável pela Paróquia de Areial, por declarações consideradas preconceituosas contra religiões de matriz africana e por citar a morte de sua filha, a cantora Preta Gil, durante uma homilia. O caso gerou repercussão nacional, provocou indignação de entidades religiosas e motivou a abertura de um inquérito policial por intolerância religiosa.

A defesa de Gil exige retratação pública no canal da paróquia, onde a missa foi transmitida, e que a Diocese adote medidas disciplinares contra o sacerdote em até dez dias úteis. O documento ressalta que, mesmo passados mais de 15 dias do episódio, não houve pedido de desculpas ou contato com a família.

Durante a missa no dia 27 de julho, o padre questionou a eficácia da fé de Preta Gil, dizendo que Gilberto Gil “rezou aos orixás” e perguntando “cadê esses orixás que não ressuscitaram Preta Gil?”. Também se referiu às religiões afro-brasileiras como “forças ocultas” e afirmou desejar que “o diabo levasse” seus praticantes. A Associação Cultural de Umbanda, Candomblé e Jurema Mãe Anália Maria, de Areial, classificou as falas como preconceituosas e registrou boletim de ocorrência.

A Polícia Civil ouve testemunhas e aguarda o depoimento do padre. O inquérito, conduzido pela delegada Socorro Silva, tem prazo inicial de 30 dias, prorrogável. A notificação também aponta desrespeito ao luto da família e à memória de Preta Gil, destacando que o crime de intolerância religiosa pode resultar em pena de dois a cinco anos de prisão, agravada por ter ocorrido no exercício da função sacerdotal.

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