Perda de vagas na Câmara: quem pode “sobrar” na bancada da Paraíba?

A distribuição das cadeiras não é feita por votação nominal, mas pelo cálculo do quociente eleitoral e partidário.

Se o veto do presidente Lula for mantido — cenário considerado o mais provável no Senado —, a Paraíba perderá duas das suas 12 cadeiras na Câmara Federal, caindo para 10 a partir de 2027. Essa redução arrastaria também a Assembleia Legislativa, que encolheria de 36 para 30 deputados estaduais.

A grande pergunta é: quem deixaria de ter mandato em Brasília?

Como funciona a disputa

A distribuição das cadeiras não é feita por votação nominal, mas pelo cálculo do quociente eleitoral e partidário. Ou seja: não são necessariamente os “menos votados” que ficam de fora, mas sim os partidos que tiverem menor desempenho na soma dos votos de legenda e de candidatos.

Cenário de 2022 (12 eleitos):

  • Republicanos (3) – Hugo Motta, Murilo Galdino e Wilson Santiago

  • Progressistas (2) – Aguinaldo Ribeiro e Mersinho Lucena

  • PL (2) – Cabo Gilberto Silva e Wellington Roberto

  • Podemos (2) – Romero Rodrigues e Ruy Carneiro

  • PSB (1) – Gervásio Maia

  • União Brasil (1) – Damião Feliciano

  • PT (1) – Luiz Couto

Projeção com 10 vagas: quem corre mais risco?

  1. Partidos menores ou isolados – siglas que só elegeram um deputado (PT, PSB e União Brasil) entram imediatamente no radar.

    • Luiz Couto (PT) e Gervásio Maia (PSB) foram eleitos em 2022 com votações relativamente baixas se comparadas às grandes lideranças.

    • Damião Feliciano (União Brasil) também pode ser impactado, já que o partido não tem grande densidade eleitoral no estado.

  2. Disputa dentro dos blocos grandes – Republicanos, Progressistas, PL e Podemos tendem a preservar suas bancadas por terem votações expressivas. Porém, em caso de forte crescimento de uma legenda, pode haver corte interno.

    • No PL, por exemplo, Wellington Roberto (tradicional puxador de votos) deve garantir vaga, o que pode fragilizar nomes como Cabo Gilberto.

    • No Podemos, Romero Rodrigues é considerado nome forte, mas Ruy Carneiro depende do desempenho da sigla.

Impacto político

  • A perda de duas vagas reduziria o espaço da base do governo Lula na Paraíba, já que os mais ameaçados são justamente PSB e PT, além do União Brasil, que transita no centro.

  • O campo bolsonarista (PL + Republicanos) tem menos risco imediato, pois concentra os maiores colégios eleitorais e estruturas partidárias.

  • Essa nova configuração também pode mudar o peso da bancada paraibana nas articulações nacionais, enfraquecendo o estado em comissões e relatorias.

Em resumo: os mais vulneráveis são os partidos com apenas um deputado eleito. Assim, Gervásio Maia (PSB), Luiz Couto (PT) e Damião Feliciano (União Brasil) aparecem como os nomes com maior risco de “sobrar” em 2026.

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