STF deve fixar penas entre 25 e 30 anos para réus do núcleo principal da trama golpista

Para as defesas, os dois primeiros crimes deveriam ser punidos como um só, assim como os dois relacionados ao patrimônio público.

Após a condenação dos réus ligados ao principal núcleo da trama golpista, a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) terá como principal desafio, na próxima semana, a definição das penas. Em caráter reservado, ministros avaliam que a dosimetria deve resultar em punições entre 25 e 30 anos de prisão, em um meio-termo entre o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e a defesa dos acusados.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu a condenação dos oito réus – entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro – por cinco crimes, o que poderia levar a penas superiores a 40 anos de prisão. Já as defesas sustentaram teses para reduzir a punição para pouco mais de 10 anos.

Debate sobre fusão de crimes

Uma das soluções em discussão é a fusão de crimes semelhantes, como defendem os advogados. A acusação envolve abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado contra patrimônio da União, deterioração de patrimônio tombado e organização criminosa armada.

Para as defesas, os dois primeiros crimes deveriam ser punidos como um só, assim como os dois relacionados ao patrimônio público. Já em relação à acusação de organização criminosa, não haveria fusão possível.

Articulação política e anistia

A calibragem das penas também ganha peso diante das articulações no Congresso Nacional sobre a proposta de anistia aos condenados. Penas menores poderiam enfraquecer o argumento político favorável ao perdão dos envolvidos na tentativa de ruptura democrática.

Tendências no colegiado

Alguns ministros se mostram simpáticos à tese das defesas. O ministro Luiz Fux já se posicionou a favor dessa interpretação em fevereiro, no julgamento que abriu a ação penal contra os oito réus. Há expectativa de que Cristiano Zanin siga a mesma linha, já que em processos anteriores votou por punições mais brandas do que as defendidas pelo relator, Alexandre de Moraes.

Após os votos individuais, a 1ª Turma passará à fase de dosimetria, quando cada ministro propõe uma pena. Se não houver consenso, será elaborado um voto médio, fixando uma pena intermediária entre as posições apresentadas.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui