A Polícia Federal (PF) cumpriu mandados de busca e apreensão na Paraíba durante a Operação Héstia, que investiga uma organização criminosa especializada no contrabando de migrantes para os Estados Unidos e na lavagem de dinheiro. A ação também ocorreu na Bahia, São Paulo e Minas Gerais, mobilizando 44 policiais federais.
Segundo as investigações, o grupo teria auxiliado 406 pessoas a entrarem ilegalmente nos EUA, movimentando cerca de R$ 12,7 milhões. O esquema utilizava agências de viagens de fachada e uma rede de intermediários conhecidos como “coiotes”, responsáveis por recrutar interessados e organizar a travessia.
Um dos investigados foi preso em Barra de São Francisco (ES). Foragido, ele era apontado como responsável por cobranças violentas contra migrantes que não quitavam os valores exigidos. O nome do preso e das empresas ligadas ao esquema não foi divulgado.
De acordo com o delegado da PF em São Mateus, Leonardo Guimarães, a maioria das vítimas era composta por pessoas de baixa renda, que entregavam altas quantias ou até bens como veículos e imóveis na tentativa de realizar a viagem. Além das perdas financeiras, muitos ficavam expostos a ameaças e riscos durante o trajeto, especialmente aqueles que eram deportados ou não conseguiam concluir a jornada.
As apurações revelam que o grupo movimentava recursos por meio de pagamentos em espécie, cheques e operações de câmbio. O inquérito segue em andamento para identificar outros envolvidos e ampliar a responsabilização criminal.
