Governo projeta salário mínimo de R$ 1.631 para 2026; reajuste depende da inflação e do PIB

Os valores definitivos dependerão da inflação oficial (INPC) medida pelo IBGE e do crescimento do PIB de dois anos antes, limitado a 2,5% pela regra fiscal aprovada em 2023.

O salário mínimo nacional, atualmente fixado em R$ 1.518, poderá subir para R$ 1.631 em 2026, segundo projeção do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) enviado pelo governo ao Congresso Nacional em 29 de agosto. O valor representa um aumento de 7,45%, calculado a partir da estimativa de inflação de 4,78% feita pelo Ministério do Planejamento e Orçamento.

Projeções até 2029

Além do reajuste previsto para 2026, o PLOA estima:

  • R$ 1.725 em 2027;

  • R$ 1.823 em 2028;

  • R$ 1.908 em 2029.

Os valores definitivos dependerão da inflação oficial (INPC) medida pelo IBGE e do crescimento do PIB de dois anos antes, limitado a 2,5% pela regra fiscal aprovada em 2023.

Impacto nas contas públicas

O governo calcula que cada R$ 1 de aumento no mínimo gera:

  • + R$ 429,3 milhões em despesas anuais;

  • + R$ 7,4 milhões em arrecadação previdenciária;

  • Saldo líquido negativo de R$ 422 milhões no resultado fiscal de 2026.

Isso ocorre porque o piso nacional serve de referência para benefícios como aposentadorias e pensões do INSS e o Benefício de Prestação Continuada (BPC).

Salário líquido e descontos

Quem recebe o salário mínimo de R$ 1.518 em 2025 tem desconto de 7,5% de INSS, o que resulta em um valor líquido de aproximadamente R$ 1.404,15. Não há cobrança de Imposto de Renda. Outros descontos, como vale-transporte, refeição, plano de saúde e pensão alimentícia, podem incidir conforme contrato ou convenção coletiva.

As alíquotas do INSS em 2025 são progressivas:

  • Até R$ 1.518,00 → 7,5%;

  • De R$ 1.518,01 a R$ 2.793,88 → 9%;

  • De R$ 2.793,89 a R$ 4.190,83 → 12%;

  • De R$ 4.190,84 a R$ 8.157,41 → 14% (teto de contribuição).

Piso regional e salário ideal

Alguns estados definem um salário mínimo regional. Em São Paulo, por exemplo, o valor é de R$ 1.804 desde julho, após reajuste de 10% sancionado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Já o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) calcula mensalmente o salário mínimo necessário para uma família de quatro pessoas. Em agosto, o valor estimado foi de R$ 7.147,91, tomando como base o custo da cesta básica e outros itens essenciais.

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