O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conversaram por telefone nesta segunda-feira (6) por cerca de 30 minutos. Segundo nota divulgada pelo Palácio do Planalto, o diálogo tratou de questões comerciais, diplomáticas e da retomada de canais diretos de comunicação entre os dois países.
Durante a conversa, Lula solicitou a revisão das sobretaxas de 40% aplicadas a produtos brasileiros e a revogação de sanções impostas a autoridades do país, incluindo ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e integrantes do governo federal.
Os dois líderes também acertaram um encontro presencial em breve, possivelmente durante a Cúpula da ASEAN, na Malásia, e trocaram números pessoais para manter contato direto. Lula aproveitou a ligação para reforçar o convite a Trump para participar da COP30, que será realizada em Belém (PA) em 2025.
Relações bilaterais e questões econômicas
Lula destacou que o Brasil é um dos poucos países do G20 com os quais os Estados Unidos mantêm superávit comercial, argumento usado para defender a retirada das tarifas. O presidente norte-americano, por sua vez, designou o secretário de Estado Marco Rubio para acompanhar as tratativas com o Brasil. Do lado brasileiro, a interlocução ficará sob responsabilidade do vice-presidente Geraldo Alckmin, do chanceler Mauro Vieira e do ministro da Fazenda Fernando Haddad.
Tema sensível: sanções e vistos
Um dos pontos mais delicados do diálogo foi o pedido de Lula pela revogação de sanções e vistos suspensos de autoridades brasileiras, como o ministro Alexandre de Moraes (STF), sua esposa Viviane Moraes, o advogado-geral da União Jorge Messias e o ministro da Saúde Alexandre Padilha.
As restrições foram impostas pelos EUA com base na Lei Magnitsky, que permite sanções contra estrangeiros acusados de violar direitos humanos.
A ligação ocorre após o breve encontro entre Lula e Trump nos bastidores da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, quando, segundo o Planalto, os dois líderes demonstraram uma “boa química” e sinalizaram disposição para reconstruir o diálogo bilateral entre Brasília e Washington.




