Confusão na Câmara: Glauber Braga é retirado à força e Hugo Motta é acusado de censura à imprensa

A tensão entre Hugo Motta e Glauber Braga se intensificou desde que o deputado do PSOL denunciou o chamado "orçamento secreto"

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), foi alvo de críticas nesta terça-feira (9) após uma sessão tumultuada que terminou com a retirada à força do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) da Mesa Diretora e acusações de censura contra a imprensa.

A crise começou após Motta afirmar a líderes partidários e à imprensa que a Câmara votaria a perda de mandato dos deputados Carla Zambelli (PL-SP), Alexandre Ramagem (PL-RJ) e do próprio Glauber. No entanto, o caso de Braga é considerado distinto: enquanto os dois parlamentares bolsonaristas enfrentam condenações do STF, o deputado do PSOL se envolveu em uma confusão após ser hostilizado por um militante de extrema-direita.

Em protesto contra o tratamento recebido, Glauber sentou-se na Mesa Diretora da Câmara, mas foi rapidamente retirado à força por parlamentares e agentes da Polícia Legislativa. Imagens mostram o parlamentar sendo empurrado e agredido. Além disso, profissionais da imprensa foram impedidos de acompanhar a sessão, que teve o sinal da TV Câmara cortado durante o episódio.

Hugo Motta nega censura

Apesar das denúncias, Hugo Motta negou ter ordenado a retirada da imprensa do plenário ou o corte do sinal da TV Câmara. Ainda assim, parlamentares da oposição e organizações jornalísticas classificaram a ação como grave violação da transparência e do direito à informação.

A única coisa que eu pedi ao Hugo Motta foi que ele tivesse comigo 1% do tratamento que teve com aqueles deputados que sequestraram a Mesa Diretora da Câmara”, disse Glauber, em referência à manifestação de parlamentares bolsonaristas em agosto, que protestaram contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e impediram Motta de ocupar seu assento. Na ocasião, o presidente da Casa não reagiu.

Glauber e o orçamento secreto

A tensão entre Hugo Motta e Glauber Braga se intensificou desde que o deputado do PSOL denunciou o chamado “orçamento secreto” – um esquema de distribuição de verbas públicas sem transparência, amplamente criticado por especialistas em finanças públicas.

A oposição afirma que as tentativas de cassação e o episódio desta terça são retaliações políticas por sua atuação crítica ao centrão e à gestão de recursos no Congresso Nacional.

O caso segue repercutindo no meio político e jurídico, com expectativa de que entidades de imprensa e direitos humanos se pronunciem oficialmente sobre o ocorrido.

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