Projeto da UFPB reduz fila do SUS e atende mais de 1,6 mil pacientes com doenças renais em João Pessoa

O projeto teve início em novembro, quando 900 pacientes classificados nas categorias de risco amarelo e vermelho foram atendidos em três sábados de mutirão no HULW.

Uma iniciativa do Centro de Ciências Médicas da Universidade Federal da Paraíba (CCM/UFPB) retirou 1.656 pacientes da fila do Sistema Único de Saúde (SUS) para consultas nefrológicas, voltadas à identificação e ao tratamento das doenças do sistema urinário, com ênfase nas que acometem os rins, em João Pessoa.

A ação integra o projeto Nefro em Rede, que reúne a disciplina de Nefrologia da UFPB, a Secretaria Municipal de Saúde de João Pessoa, residentes de Medicina de Família e Comunidade (MFC), o Hospital Universitário Lauro Wanderley e estudantes de graduação. Atualmente, participam da iniciativa seis médicos nefrologistas, uma médica de família e comunidade, 40 residentes e 110 estudantes de Medicina. A meta é zerar a fila de espera, estimada em cerca de 2.500 pessoas.

O projeto tem como foco prioritário os casos de baixa complexidade, que podem ser resolvidos na Atenção Primária à Saúde (APS). Com isso, além de reduzir significativamente o tempo de espera por consultas especializadas, a iniciativa promove a capacitação técnica dos médicos da APS e fortalece a formação prática dos estudantes e residentes.

O processo de trabalho começa com a capacitação prévia da equipe acadêmica, seguida da organização do atendimento em etapas. A primeira é a pré-consulta, voltada à coleta de dados antropométricos e sociodemográficos. Em seguida, ocorre a consulta médica, realizada por residentes e estudantes sempre sob supervisão direta de nefrologistas, com solicitação de exames laboratoriais quando necessário. A etapa final garante a integralidade do cuidado por meio de contrarreferência qualificada, com orientações clínicas direcionadas à Atenção Primária ou encaminhamento para acompanhamento compartilhado no ambulatório do HULW.

De acordo com a coordenação, o principal diferencial do Nefro em Rede é superar o modelo pontual dos mutirões tradicionais, ao implementar contrarreferências educativas e fluxogramas que aumentam a resolutividade do sistema de saúde e reduzem encaminhamentos desnecessários no futuro. A proposta também reforça a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, ampliando o compromisso social da universidade com o SUS.

O projeto teve início em novembro, quando 900 pacientes classificados nas categorias de risco amarelo e vermelho foram atendidos em três sábados de mutirão no HULW. Os demais atendimentos ocorreram no Centro de Atenção Integrada à Saúde (CAIS) Jaguaribe, às quartas e quintas-feiras à tarde, contemplando pacientes das categorias azul e verde.

A coordenação do Nefro em Rede é composta por Pablo Rodrigues Costa Alves, Lais Medeiros Souto, Denise Mota Araripe Pereira Fernandes e Matheus Vieira Falcão.

Em 2026, o projeto terá continuidade com a finalização dos atendimentos dos pacientes classificados como azul e verde no CAIS, além do início dos retornos e acompanhamentos clínicos daqueles que permanecerão em seguimento, consolidando a iniciativa como uma estratégia permanente de fortalecimento da rede pública de saúde.

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