Facebook remove contas falsas ligadas ao gabinete de Bolsonaro

Presidente Jair Bolsonaro, Michelle Bolsonaro, Onix Lorenzoni no Palácio do Planalto, participando da Cerimônia de Comemoração ao Dia Internacional do Voluntariado. Sérgio Lima/Poder360 02.dez.2019

O Facebook anunciou nesta quarta-feira, 8, a remoção e 73 contas falsas associadas aos gabinetes de Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e Flavio Bolsonaro. Ao todo, foram removidas 35 contas do Facebook e 38 do Instagram, sendo que, segundo a empresa, muitas delas promoviam discursos de ódio e ataques políticos.

“Essa rede consistia em vários clusters de atividade que se apoiavam em uma combinação de contas falsas e duplicadas para criar personas fictícias que se passavam por veículos de imprensa e repórteres. Essas contas postavam sobre notícias locais e eventos políticos, memes políticos, críticas à oposição, jornalistas e organizações jornalísticas, e mais recentemente postaram sobre a pandemia”, disse o Facebook em comunicado.

Embora pessoas por trás dessas atividades tenham tentado esconder suas identidades, a investigação do Facebook encontrou ligações com indivíduos associados com aos gabinetes da família Bolsonaro. Pelo menos 917 mil seguidores seguiam uma ou mais contas derrubadas no Instagram, e mais de 880 mil no Facebook.

O Facebook também derrubou contas no Canadá, Equador, Ucrânia e Estados Unidos que também estavam envolvidas em comportamento inautêntico.

“Sabemos que esses agentes continuarão a tentar enganar e confundir as pessoas. Campanhas domésticas como essa jogam luz sobre um desafio particularmente complexo, porque elas desfocam os limites entre o debate público e manipulação. Nossos times continuarão a encontar, remover e expor essas campanhas de manipulação coordenadas, mas sabemos que essas ameaças se estendem muito além da nossa plataforma, e nenhuma organização pode responder a essas ameaças sozinhas”, finalizou a empresa no comunicado.

Pressão e boicote
A atitude do Facebook acontece em um momento de grande pressão pela mudança das políticas de restrição à publicação de discursos de ódio e conteúdo nocivo na plataformas. Organizações dos direitos civis nos Estados Unidos vem liderando o movimento #StopHateForProfit, que propôs a anunciantes que parassem de fazer publicidade no Facebook ao longo do mês de julho. A ideia é pressionar a rede a reavaliar suas políticas de conteúdo. Até o momento, o boicote já conta com adesão de mais de mil empresas – entre elas, gigantes como Coca-Cola, Adidas, Unilever, Diageo, PepsiCo e Starbucks.

Como resposta, o Facebook vem procurando reforçar que o combate ao ódio é uma de suas preocupações principais e afirma que evolui no monitoramento e eliminação de conteúdos ofensivos em todo o

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