O governador João Azevêdo entregou, nesta segunda-feira (3), o Centro de Acolhimento e Isolamento Social (Cais), destinado ao atendimento de moradores de comunidades carentes com sintomas leves da Covid-19. A estrutura foi montada no prédio da Escola Estadual Linduarte Noronha, no Loteamento Colinas do Sul, bairro Gramame, em João Pessoa, e tem capacidade para acolher 70 pessoas encaminhadas pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS).
No local, elas terão o apoio de assistentes sociais, cuidadores e acompanhamento médico via telemedicina, e terão condições de fazer o isolamento social, evitando que o vírus se espalhe pela comunidade.
O Centro é resultado de uma parceria com a Fundação Itaú e deverá funcionar por 60 dias, podendo ser prorrogado por mais 30 dias, no prédio da escola Linduarte Noronha, que estava fechada por conta da suspensão das aulas, ocasionada pela pandemia do coronavírus. Além da assistência em saúde e social, as pessoas receberão cinco refeições, diariamente, preparadas por fornecedores locais, viabilizando a geração de renda para a comunidade.
Na ocasião, o governador João Azevêdo ressaltou o trabalho conjunto realizado pelo Governo do Estado e a Fundação Itaú, beneficiando pessoas em situação de vulnerabilidade social. “Os cidadãos e cidadãs que não irão precisar de internação hospitalar, terão no local toda a assistência de saúde, psicológica e alimentar e poderão proteger seus familiares. Essa é mais uma ação importante do Governo do Estado, que desde o início da pandemia, não descuidou do trabalho de abrir novos leitos de enfermaria e de UTI, mas se preocupou com a questão social e assegurou a distribuição de cestas básicas, a aquisição de alimentos da agricultura familiar, o aumento das refeições nos restaurantes populares e do valor do cartão alimentação e o repasse de recursos para instituições de Longa Permanência e para municípios, que se somam a mais esse investimento entregue hoje”, salientou.
O secretário de Estado do Desenvolvimento Humano, Tibério Limeira, evidenciou a importância da iniciativa da gestão estadual em parceria com o Todos Pela Saúde, da Fundação Itaú. “Nós entregamos a João Pessoa um espaço muito importante nesse enfrentamento ao coronavírus, o que irá gerar a oportunidade de reduzir a velocidade de contaminação nos ambientes mais vulneráveis, onde a questão econômica pesa muito. Nós vamos fazer com que as pessoas que, infelizmente, foram contaminadas saiam de um ambiente de alta densidade populacional e venham para o Centro de Acolhimento Social para que ela possa passar seu período de isolamento, tendo as refeições garantidas, área de lazer e convivência e acompanhamento, protegendo também quem ficou em casa”, falou.
O secretário de Estado da Educação, Ciência e Tecnologia, Cláudio Furtado, afirmou que João Pessoa será duplamente beneficiada com a ação social. “A partir do momento que a Fundação Itaú entrou em contato com a gente a respeito desse atendimento, vimos com bons olhos porque além de oferecer um serviço para a comunidade, será deixado um legado para a escola por conta da melhoria que foi realizada em sua infraestrutura, com novos banheiros e forros, para que quando as aulas voltarem, a gente ofereça um ambiente melhor aos alunos e profissionais”, sustentou.
O representante da Fundação Itaú e Asas/Cejam, Ely Hollen, afirmou que toda a equipe envolvida no acolhimento às pessoas diagnosticadas com o novo vírus já está pronta para iniciar os trabalhos a partir de hoje. “Foi feita uma substancial reforma no prédio, um legado que fica para a escola, e uma adaptação para receber residentes com Covid confirmada e com sintomas leves, que ficarão aqui durante a quarentena. Acreditamos que esta semana já tenhamos as 70 pessoas que receberão todos os cuidados, além de segurança e monitoramento durante todo o dia”, explicou.
O coordenador nacional do projeto do Cais, Marcos Soares, destacou que a ação representa a união de forças da iniciativa privada e do poder público para prestar um serviço qualificado às pessoas em situação de vulnerabilidade social. “O projeto, que já está em oito Estados, atende uma lacuna importante no atendimento aos indivíduos com Covid, posto que uma pessoa que tem o vírus, mas sem apresentar um quadro moderado ou grave, pode retornar a sua casa e ficar em isolamento social, de acordo com os protocolos, o que é possível em determinadas realidades, mas, em determinados locais de extrema vulnerabilidade social, isso é completamente inviável. A Fundação Itaú também fez a entrega de 5.700 testes moleculares à Secretaria de Saúde Municipal, que serão aplicados nas UBSs e, uma vez que o indivíduo for testado positivo e se encaixar no perfil do programa, será encaminhado para o Cais pelas unidades de saúde”, disse.