Em 19 de janeiro de 2020, um incêndio destruiu o galpão da coleta seletiva de resíduos sólidos, localizado no bairro Jardim Cidade Universitária, em João Pessoa. Mais de sete meses se passaram e as dez famílias que sobreviviam da reciclagem continuam sem trabalhar e sem nenhum amparo fixo do poder público.
Os trabalhadores denunciam que a única assistência recebida por parte da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), durante todo esse tempo, foi uma cesta básica no mês de abril.
A ajuda chegou quatro meses após o incêndio e foi concedido uma única vez, de acordo com as famílias afetadas. A coleta também foi suspensa devido ao risco de contaminação e disseminação do novo coronavírus.
Porém, de acordo com uma das trabalhadoras afetadas, Carmem da Silva, até o momento ela não foi informada quais as providências serão tomadas, para que as famílias possam retornar ao trabalho e garantir seu sustento. Ela ainda conta que antes da pandemia já não existia esse diálogo.
Em contato com o Paraíba Já, a Empresa Municipal de Lixo Urbano (Emlur) informou, através de sua assessoria, que “após o incêndio do galpão, a Defesa Civil do Município realizou uma vistoria técnica e determinou que o prédio fosse demolido. A PMJP já elaborou um projeto. Sua implantação está em andamento”.
Mesmo após a visita técnica e a determinação da demolição do prédio por parte da Defesa Civil, a estrutura que sobrou após o incêndio continua de pé até o momento.
Ao ser questionada sobre o prazo para a implantação do projeto para demolição do prédio, a assessoria do órgão não soube responder.
Ainda conforme a Emlur, os catadores de materiais recicláveis foram incluídos nos grupos que receberam cestas básicas da PMJP. Sobre quantas vezes as famílias foram beneficiadas com os alimentos, a assessoria não soube responder ao certo e explicou que teria sido “uma ou duas vezes”, ao logo desses mais de sete meses.
Em meio aos auxílios incertos e a falta de perspectiva de retorno para atuar profissionalmente, Carmem faz um apelo à Prefeitura de João Pessoa e à Emlur.
“Estamos precisando de ajuda e de respostas. Passamos por muitas dificuldades e continuamos passando. Fazemos um apelo para que a Emlur e a prefeitura da cidade possam nos dar algum tipo de assistência, até que a situação se resolva”, disse a trabalhadora.