O Dia Nacional de Combate ao Fumo é celebrado nesta sábado (29 de agosto) em todo o país. A data foi criada em 1986 pela Lei Federal 7.488 com a finalidade de conscientizar a população sobre os danos causados à saúde e reforçar ações nacionais para prevenção e combate ao tabagismo. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o tabagismo é a principal causa de morte evitável no planeta, sendo considerado, portanto, um problema de saúde pública.
Este ano, a data destaca o tema “Tabagismo e coronavírus (Covid-19)”. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) publicou uma nota técnica orientando sobre o tabagismo e o risco potencial para Covid-19, na qual afirma que os fumantes são mais vulneráveis à infecção. Médico pneumologista do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC/UFU), Thúlio Marquez destaca que os fumantes podem ter mais doenças pulmonares e cardiovasculares e, por isso, apresentarem maior chance de complicações com a Covid-19.
Várias outras doenças podem surgir ou se agravar em decorrência do cigarro, sendo uma importante causa de mortalidade. Dados da Organização Mundial da Saúde mostram que o tabagismo é responsável por mais de 8 milhões de óbitos todos os anos.
O pneumologista do HC afirma que o fumo causa várias doenças respiratórias, como doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), aumenta o risco de infarto e acidente vascular cerebral (AVC), além de ser a causa de vários tipos de câncer como de pulmão, boca, esôfago, laringe e fator de risco para câncer de estômago, pâncreas e mama. “O cigarro é responsável por 90% dos cânceres de pulmão. Um terço dos outros 10% está relacionado com o tabagismo passivo; ou seja, se paramos de fumar acabamos com 93% dos cânceres de pulmão”, destaca Marquez.
De acordo com os especialistas, o uso constante do tabaco causa dependência em virtude da presença de nicotina, que, além de malefícios à saúde, é capaz de provocar dependência similar à provocada pela cocaína. Por isso, parar de fumar pode ser um grande problema e muitas pessoas precisam de ajuda especializada. O Sistema Único de Saúde (SUS) garante tratamento gratuito, disponibilizando medicamentos, além de fornecer acompanhamento profissional.
O Hospital de Clínicas tem um Serviço de Pneumologia que atende pacientes que desejam parar de fumar. O tratamento consiste na prescrição de medicamentos e em orientações sobre estratégias que ajudam a deixar de fumar. “Os medicamentos são divididos em dois tipos: os nicotínicos, com reposição de nicotina, basicamente, adesivo, mas podem ser utilizados chiclete ou pastilha. E os não nicotínicos, como a bupropiona e a vareniclina. A bupropiona e o adesivo de nicotina são oferecidos, gratuitamente, pelo SUS”, explica o pneumologista.
Estudos mostram que, ao parar de fumar, o organismo pode se recuperar e os riscos para doenças cardiovasculares e câncer diminuem com o tempo. “Parar de fumar é a medida que mais impacta na saúde das pessoas. É fundamental para quem não tem problema de saúde e principalmente, para quem já tem e, assim, evitar que descompense com o hábito de fumar”, afirma Marquez.