O infectologista Fernando Chagas, do Hospital Clementino Fraga, em João Pessoa, disse que o coronavírus desenvolveu uma variante mais agressiva e com transmissão mais rápida. A declaração foi dada em entrevista ao programa Arapuan Verdade, nesta terça-feira (23), conforme apurou.
O médico explicou sobre as mutações que os vírus promovem dentro dos organismos. “Quanto mais o vírus é multiplicado no corpo da pessoa, maior o risco de, nessas multiplicações do vírus, surgir um diferente, mutado, que sofreu mutação e a gente chama de cepa. Geralmente, essas cepas que surgem não são tão boas para o microorganismo, mas, vez ou outra, quando a infecção é muito grande, acaba surgindo uma que tem vantagem sobre as outras. É o que a gente está vendo agora: uma cepa que ela tem uma vantagem para o microorganismo dela ser transmitida muito mais rapidamente.”
Fernando Chagas falou sobre a agressividade do coronavírus e como os jovens têm sido afetados com quadros mais graves e até em registro de mortes. “A gente já percebe, na prática, que pessoas mais jovens estão sendo acometidas, inclusive tem evoluído para uma forma mais grave e até perdendo vida. Assim como também estão mais tempo em leitos de UTI, que isso é um grande problema também porque contribui para um maior risco da pessoa perder a vida. Até mesmo o consumo do oxigênio é maior porque o paciente precisa de um cuidado muito mais agressivo, um tratamento mais agressivo de combate ao vírus, que, aparentemente, também é mais agressivo.”
Ele lembrou que a reinfecção pelo coronavírus é um risco raro, mas que não há garantia, ainda, de que o corpo dos que foram já infectados estão imunes a novas infecções pelo mesmo vírus, agora com suas variantes. “E outra coisa é que a gente não tem certeza em relação à reinfecção. Reinfecção é um evento raro, incomum. Mas, quem teve a doença lá atrás, por exemplo eu, que tive em maio, não tenho garantia de que a defesa que eu criei naquele momento, após ter passado a doença, garanta algum tipo de defesa para essa nova cepa.”